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Esporte e vida ativa na terceira idade

Esporte e vida ativa na terceira idade

15/05/2021 Fábio Anauate Nicolao

Todos sabem que atividade física regular é fundamental para manutenção da saúde física e mental em qualquer idade.

Esporte e vida ativa na terceira idade

Com os avanços da medicina houve uma melhora na expectativa de vida mundial, daí a importância dos cuidados com a saúde, incluindo a prática esportiva, para uma maior sobrevida com qualidade. Em 2025 seremos, no Brasil, a sexta maior população de idosos do mundo.

O que define um idoso? Antes de abordarmos os benefícios do esporte, é importante entender o conceito de idade e definir quem é idoso. Embora varie um pouco em razão dos diferentes cenários de desenvolvimento e longevidade dos países em todo o mundo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) define como idoso, em geral, pessoas com mais de 60 anos, sendo que o idoso jovem está entre 60 e 70 anos, idoso médio de 70 a 75 e muito idoso acima de 80 anos. Felizmente, essa classificação cronológica não é utilizada nos meios médicos, servindo apenas para definir privilégios na fila do banco no Brasil. 

Quando se fala em saúde, o que importa é a classificação biológica, que é individual e depende da genética e da saúde atual, ou seja, duas pessoas com a mesma idade cronológica têm idades biológicas diferentes. Enquanto o idoso jovem vive de forma independente, sem restrição a atividades físicas, e o idoso médio tem alguma incapacidade física e precisa de um pouco de assistência para atividades diárias, o muito idoso, em geral, é um ser humano mais dependente de assistência para coisas do dia a dia, quando não totalmente dependente. Importante ressaltar que, em todos os casos, para idosos ou não, as doenças crônicas são levadas em consideração para definir uma avaliação e indicar atividades físicas para a manutenção da saúde global do indivíduo. 

Quando começamos a envelhecer? A partir dos 30 anos iniciamos o processo que chamamos de catabolismo, que é quando iniciamos a perda de massa óssea e muscular, a perda de força física e começamos a ganhar um percentual de gordura corporal. A partir daí, o ser humano médio perde 5% da capacidade física a cada 10 anos. Com o avanço da idade aparecem alterações hormonais, circulatórias, osteoartrose (desgaste das articulações) e diminuição de reflexo, equilíbrio e coordenação motora. A lista é grande...

Como reduzir o ritmo desse processo tão natural quanto assustador? Se pensarmos que nosso osso é um banco que armazena massa óssea, fica fácil entender que esse processo acumulativo se inicia na infância. Quanto mais pouparmos os ossos com boa alimentação e exercícios regulares, mais estoque de massa óssea teremos no decorrer da vida. Isso vale para ossos, músculos e até para o sistema nervoso. Treinar o cérebro faz parte da brincadeira de estimular a longevidade saudável.

Aqui já posso olhar para o principal ponto do meu artigo: o esporte na terceira idade. O idoso que pratica exercícios regularmente só tem benefícios, como o ganho consistente de massa óssea e muscular, melhora  da capacidade cardiopulmonar e neuromuscular, maior equilíbrio e flexibilidade. Além disso, praticar esportes facilita o controle da hipertensão, diabetes e obesidade, sem mencionar os ganhos mentais relativos à melhora da autoestima e à socialização, afinal, nada melhor do que compartilhar o prazer do exercício de uma caminhada com um amigo ou com o companheiro de anos de estrada. 

De acordo com o Dr. Kenneth Cooper (90 anos de idade, aquele mesmo do teste de corrida de 12 minutos e preparador da seleção de 1970), o importante para uma vida saudável na terceira idade é melhorar o funcionamento do coração e ganhar força, equilíbrio, flexibilidade, velocidade e autoestima. Sem práticas regulares de exercícios físicos, as pessoas se tornam mais lentas no dia a dia, ficando mais “duras”, com dificuldade para entrar e sair do carro, com menos equilíbrio, experimentando até quedas inesperadas – sendo que as quedas, na terceira idade, são bem mais perigosas e com consequências mais sérias do que quando estamos na faixa dos 30. Treinamento adequado e exercícios regulares podem mudar tudo isso, e para melhor.

E aí há que se pensar na escolha: qual o melhor esporte para mim? Depende do seu objetivo e necessidade. De maneira geral, exercícios aeróbicos como a caminhada promovem benefícios relacionados à melhora das funções do coração, pulmão e outros sistemas metabólicos. Para ganhar força, resistência, equilíbrio e velocidade, o ideal é apostar – com acompanhamento de instrutor profissional – em exercícios anaeróbicos como academia e ginástica localizada, que também podem ser associados a hidroginástica se o idoso for fã de passar algum tempo na academia. O importante, independentemente do objetivo e necessidade, é que o treinamento seja prazeroso e, se possível, realizado com um grupo de amigos.

Escolhida a modalidade, é preciso definir a intensidade e frequência ideais, e essa é uma decisão que não deve ser só sua, mas tomada em parceria com profissionais da saúde: médicos, preparador físico, fisioterapeuta, nutricionista, e isso após rigorosa avaliação. Nunca desrespeite o treino elaborado, principalmente se a opção for qualquer tipo de esporte competitivo.

O que pode acontecer se não houver uma avaliação prévia ou se você não seguir o treino estipulado? Há possibilidades sérias de mal súbito no coração, danos graves e irreversíveis nas articulações, lesões de tendões e músculos, além de outros descontroles metabólicos que impactam diretamente em sua qualidade de vida. Partindo do princípio de que sempre é necessário avaliar suas condições físicas antes de qualquer exercício, incluindo seu coração, pulmão, pressão, articulações, postura e condicionamento físico, a adesão a um esporte ou outra atividade física tende a sempre fazer bem.

Por fim, se observe, esteja atento a qualquer sensação diferente, aprenda a entender seu corpo. Respeite a dor, o cansaço e o mal-estar e jamais ignore esses sinais. Se doeu o joelho, mude de exercício, trabalhe o braço. Está se sentindo mal, suando muito, com o coração acelerado, pare imediatamente o treino e peça ajuda, reveja o treinamento, reavalie suas condições. Viver uma vida ativa e com as limitações da idade controladas é essencial para que se alcance boa saúde e qualidade de vida na terceira idade.

* Fábio Anauate Nicolao é Médico do Esporte, Mestre e Doutor em Ortopedia e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro - Unisa

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Fonte: Unisa



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