Obesidade e a saúde da mulher no climatério
Obesidade e a saúde da mulher no climatério
O avanço da idade e a menopausa estão associadas a um aumento da massa gorda e uma redistribuição da gordura para área abdominal.
A obesidade é uma doença influenciada por múltiplos fatores, incluindo os nutricionais, genéticos, metabólicos, psicossociais, culturais, ambientais, entre outros que atuam na sua origem e manutenção.
Ela interfere não apenas na duração e qualidade de vida, mas apresenta implicações diretas na aceitação social das mulheres que são excluídas da estética difundida pela sociedade contemporânea.
O hipoestrogenismo decorrente da menopausa tem sido apontado como principal causa responsável pela obesidade, por sintomas vasomotores (fogachos), urogenitais (perda de urina e urgência urinária) e psicológicos na mulher.
O climatério também provoca o aumento da ansiedade, e o alívio da ansiedade ou estresse acontece, na maioria das vezes, pelo consumo de comida, o que favorece a obesidade e o aparecimento do transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP).
Entre 45 e 55 anos de idade, a mulher entra na menopausa, período que finaliza o ciclo menstrual, sendo diagnosticada quando ocorrem doze meses de ausência de fluxo menstrual.
Esse estágio compreende o término do ciclo menstrual e ovulatório e a passagem da fase reprodutiva para a não produtiva.
O avanço da idade e a menopausa estão associadas a um aumento da massa gorda e uma redistribuição da gordura para área abdominal.
A obesidade e o aumento da gordura corporal central, particularmente gordura visceral, estão associadas a consequências metabólicas adversas e risco elevados de muitas complicações como doença cardiovascular, diabetes, dislipidemias, apneia do sono, doença da vesícula biliar e várias outras.
Nas mulheres mais velhas, devido ao declínio da atividade física e gasto energético aumenta a fragilidade ou perda degenerativa da massa muscular.
Além disso, a obesidade pode exacerbar o declínio da funcionalidade física relacionado à idade diminuindo acentuadamente a mobilidade, força muscular, alteração do equilíbrio da mulher com diminuição de sua autonomia.
Chamo a atenção que, o tratamento da obesidade da mulher no climatério deverá ter uma abordagem multidisciplinar onde inclui dietas, mudança de estilo de vida, exercícios físicos e medicamentos.
Devemos ter em mente pois, como a obesidade é uma doença crônica o tratamento também deverá ser crônico, ou seja, tratamento longo, preferencialmente com mudanças alimentares e comportamentais para o resto da vida.
* Dra. Raquel Martins Soares é médica Ginecologista.
Fonte: Naves Coelho Comunicação