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A classe média e os xingamentos à Dilma

A classe média e os xingamentos à Dilma

21/06/2014 João Eichbaum

O “honorífico doutor” Luiz Inácio Lula da Silva tem razão. Não foi obra dos pobres o brado retumbante que a senhora Dilma Rousseff ouviu.

Ali, nos arredores dos camarotes oficiais, nem pipoqueiro, vendedor de cachorro quente, ou vendedor de pastel havia. A Fifa, trazida para cá pelo supramencionado "doutor", tinha proibido esse quebra-galho dos pobres. Como não se interessa por quem não tem dinheiro, ela proíbe a entrada de pobres em seus eventos, botando preços de ópera no circo do futebol.

Estamos todos de acordo, portanto. Quem vaiou a dona Dilma não foram os pobres. Não foram aqueles que levantam de madrugada pra pegar no batente, espremidos no “busão” ou no Metrô, em troca de um salário mínimo que mal serve de salvo-conduto contra a miséria. Não foram os candidatos à morte na fila do SUS, nem os bem educados, mas mal pagos professores. Não foram também os miseráveis, os que conseguem o milagre de sobreviver com “bolsa-família”.

Não foram os desclassificados, que moram na rua, dormem debaixo dos viadutos, vivem do assistencialismo das pessoas caridosas e, porque não votam, estão excluídos dos planos de manutenção no poder. É claro que nem os multimilionários, como o filho do sempre presente Lula da Silva, ou o Paulo Costa, que tem conta na Suíça, nem os empresários ricos, sócios da Fazenda Federal, iriam gastar suas cordas vocais contra quem lhes proporciona o caminho da felicidade: quem nunca teve “medo de ser feliz” está fora dessa.

Então, se não foram os multimilionários, os ricos, os pobres, os miseráveis ou os desclassificados, só sobra certo tipo de suspeito: a classe média. A classe média que leva este país nas costas e, em troca, é assacada pela Fazenda e tem o nome inscrito no Cadim, se o erário não se sente saciado por ela, sim, estava lá. A classe média que para ter segurança tem que desembolsar a contraprestação, a classe média que para ter saúde tem que engordar os cofres dos Planos de Saúde, conseguiu, sim, um lugar perto dos ricos no Itaquerão. E aí vaiou e xingou a dona Dilma.

Vaiou, simplesmente, porque não tem educação, como alardearam cronistas e outros puxa-sacos. Claro que não tem educação. Precisando disputar as sobras das “cotas” nas universidades públicas, a grande massa da classe média ou cai fora do ensino superior ou tem que arcar com mais uma conta, a da universidade particular. Sim, a classe média não tem educação, no sentido de ensino, porque faltam escolas. Não tem educação no sentido de comportamento, porque lhe faltam paradigmas.

Ela só tem diante dos olhos o contubérnio da política com a corrupção, o enriquecimento vertiginoso dos filhos de políticos e as negociatas desses, com o nosso dinheiro, para se manterem no poder. Não é o cargo que dignifica seu ocupante: esse é que deve dignificar o cargo. A “educação”, que falsos moralistas (entre eles o “angélico” Maradona) cobram do povo desrespeitado pela classe política, não tem outro nome: é subserviência.

*João Eichbaum é advogado e autor do livro Esse Circo Chamado Justiça.



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