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A proatividade

A proatividade

22/01/2016 Anderson Coutinho

Seja eficaz e produza efeitos coerentes com seus objetivos.

Quando li pela primeira vez o livro "Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", me impressionou o fato de uma obra com mais de dez milhões de cópias vendidas (hoje mais de 25 milhões), escrita por um respeitado consultor do mundo corporativo, Stephen R. Covey, citar um exemplo de proatividade vindo da Bíblia: a história de José do Egito.

A analogia com o mundo corporativo é perfeita! Um escravo que se tornou governador, passando por humilhações e circunstâncias das mais absurdamente difíceis, mas, que nunca se deixou levar pelos fatores externos.

Em vez disso, adaptou seus comportamentos, mudou de dentro para fora, alterou seus paradigmas sobre a forma como interpretava o mundo e desenvolveu hábitos realmente eficazes, entre eles, a proatividade para atingir seus objetivos.

Esse tema, a proatividade, passou então a ser alvo de toda a minha busca. Não apenas profissional, mas, também de forma pessoal, aquela força que nos impulsiona a nos tornarmos seres humanos melhores.

Passei a observar comportamentos, circunstâncias e os efeitos das reações de pessoas não só do meu circulo de amizades, mas, também de colegas, subordinados, líderes e parceiros e, por que não dizer, as minhas próprias.

Não observava com o olhar de julgo, mas, com a visão analítica que buscava comprovar que pessoas reativas são mesmo levadas por sentimentos, circunstâncias, condições e ambientes, e tomam suas decisões baseadas em coisas que são externas.

Já as pessoas proativas que, via de regra estavam sujeitas às mesmas condições, circunstâncias, sentimentos e ambientes, tinham a intrépida capacidade de subordinar seus impulsos ao seu caráter ou aos seus princípios, e consequentemente, não andavam sujeitas aos fatores externos.

Posicionavam-se com base em seus valores e não emoções, tomando assim decisões coerentes com esses valores. Comecei a notar que as pessoas proativas existiam e que eu poderia me tornar uma delas alterando a única coisa sob o meu absoluto domínio: eu mesmo.

Comecei a perseguir esse objetivo com afinco e inabalável resolução. Primeiramente, determinando quais eram os valores de caráter pelos quais eu deveria alicerçar minhas reações e depois exercitando minha decisão em cada circunstância em que havia oportunidade.

O maior tubo de ensaio que encontrei: o ambiente profissional. Modéstia à parte tive um considerável sucesso no intento, mas, confesso, não é fácil! Foi preciso mudar a maneira como eu enxergava o mundo sob as crenças que me foram ensinadas ao longo da vida.

Mas, afinal, o que é essa tal proatividade? Na essência, o que significa ser proativo de fato? Significa apoderar-se da responsabilidade por sua própria vida e exercer a habilidade inalienável de selecionar sua resposta frente a qualquer estímulo, seja ele positivo, ou principalmente negativo, e jamais se posicionar influenciado pelas emoções.

Frente a alguém que me irrita com seus comportamentos e atitudes, em vez de desferir golpes verbais de repulsa ou indignação, posso escolher agir com retidão e justiça, sem ser movido pelo descontrole das emoções.

Não sendo assim, serei eu mais um número na estatística subjetiva dos que tentam apagar incêndio com petróleo, muitas vezes revidando a cólera com mais cólera, a irritabilidade com mais irritabilidade, a insuficiência com mais insuficiência, a intolerância com mais intolerância, gerando consequências de difícil solução.

Não faço aqui apologia à passividade frente às violências gratuitas e exageros inadequados que, também por princípio de justiça, devem ser combatidos com firmeza e repreensão, mas, numa luta equilibrada pelo direito que temos de exercer as potências de nossa individualidade.

Quando pensarmos de dentro para fora e assumirmos a responsabilidade por nossas atitudes e por quem somos, nos tornamos capazes de seguir uma lista de princípios. Uma espécie de código de conduta pessoal que nos protege dos desgastes excessivos do meio e até diante de situações que reclamam nossa atuação mais audaz nos livram das ações oriundas de emoções adoecidas que nos aprisionam.

Há pessoas que vivem a mercê dos acontecimentos externos, dos atropelos, das más respostas, da agressividade do outro, da violência das circunstâncias ou do não atendimento às suas expectativas. Tornam-se escravos de fatores exteriores e dependem deles ocorrerem ou não para que seu dia seja bom.

Entregam, sem pestanejar, o controle de suas emoções a elementos que poder algum deveriam ter sobre eles - mas tem, porque permitem. Não digo que deixar de lado a reatividade seja uma tarefa fácil. Mas é possível e perfeitamente viável desde que queiramos e exercitemos nossa habilidade de lapidar o nosso caráter e sobre ele construir um ser mais forte e mais decidido.

Os resultados de uma postura proativa e hábitos condizentes com essa postura, como o próprio contexto sugere, é uma maior eficácia. Seja eficaz. Produza efeitos coerentes com seus objetivos. Reaja não com base na ação do outro, mas, com base nos princípios que você cultiva dentro de si mesmo.

Diante de um problema ou chateação inevitável, em vez de dizer não há nada que eu possa fazer, adote o vamos procurar alternativas. Sua saúde profissional e, principalmente, a pessoal certamente agradecerá. Pense nisso...

*Anderson Coutinho é Consultor de planejamento estratégico da CH&TCR.



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