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A teoria insustentável dos alimentos orgânicos

A teoria insustentável dos alimentos orgânicos

05/03/2018 Claud Goellner e Nicholas Vital

A comunidade científica vem provando dia após dia que esta história não passa de uma falácia.

Já não é novidade para ninguém que os alimentos orgânicos são vistos pela população em geral como os mais saudáveis, nutricionalmente superiores e mais seguros do que os convencionais.

Diante da avalanche de notícias negativas em torno dos agroquímicos, muitos consumidores se dispõe, inclusive, a pagar preços exorbitantes por tais produtos, sempre em nome dos supostos benefícios à saúde.

Não por acaso, a produção e o mercado de alimentos orgânicos têm crescido em ritmo acelerado em países como os Estados Unidos, Canadá, Brasil e em toda a Europa. Tais teorias, no entanto, têm sido cada vez mais questionadas por estudos realizados por centros de pesquisa e autoridades governamentais ligados à saúde pública e segurança alimentar em todo o mundo.

Se por um lado artistas, empresários e musas fitness — gente que não tem qualquer conhecimento técnico sobre o assunto — garantem que os orgânicos são melhores, por outro, a comunidade científica vem provando dia após dia que esta história não passa de uma falácia.

Recentemente, o Centro Nacional de Saúde Ambiental do Canadá publicou um relatório com os resultados de pesquisas comparativas entre alimentos orgânicos e convencionais sob os aspectos da qualidade nutricional e da segurança alimentar.

Os resultados, baseados em evidências científicas, são taxativos ao afirmar que não existe nenhuma diferença entre os produtos, embora muitos fatores relacionados aos sistemas de produção, local, clima, variedades e tipo de solo possam influenciar no valor nutricional de ambos. Outra pesquisa conduzida na França, sob coordenação da Agência Francesa de Segurança Alimentar (AFSSA), vai na mesma linha.

Ao avaliarem as diferenças entre os dois tipos de alimentos quanto aos conteúdos de matéria seca, vitaminas, minerais, micronutrientes, ácidos graxos poli-insaturados, substâncias antioxidantes, carboidratos e proteínas, os responsáveis pelo estudo também não encontraram nenhuma diferença consistente entre ambos.

Em alguns casos, é verdade, os orgânicos apresentaram um maior teor de antioxidantes, como compostos fenólicos e ácido salicílico (a nossa Aspirina), mas isso pode ser atribuído ao fato de essas substâncias atuarem como defesa natural das plantas contra pragas e patógenos. É preciso lembrar, entretanto, que do ponto de vista da segurança alimentar, um nível elevado de antioxidantes não representa qualquer vantagem — muito pelo contrário.

De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Dr. Bruce Ames, da Universidade da Califórnia em Berkeley e publicada em revistas científicas de peso, como a Science, essas toxinas naturais podem apresentar efeito mutagênico, carcinogênico, cardiotóxico, hepatotóxico e teratogênico. No Reino Unido também não há qualquer evidência da superioridade dos orgânicos.

Em 2012, um grupo de pesquisadores da Universidade de Stanford realizou uma revisão detalhada de 237 estudos comparativos entre alimentos convencionais e produtos equivalentes produzidos sem agroquímicos. Os resultados, publicados nas prestigiosas revistas Annals of Internal Medicine e Journal of National Cancer Institute, mostram, mais uma vez, que não há nenhum suporte científico na tese de que os alimentos orgânicos seriam mais benéficos à saúde.

Pesquisas sérias conduzidas no Brasil, como a publicada pelo Instituto Tecnológico de Alimentos (ITAL) em 2017, também seguem na mesma linha. O fato é que autoridades internacionais como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), além dos governos dos Estados Unidos, Canadá e de vários países da Comunidade Europeia já demonstraram que os alimentos orgânicos não são nutricionalmente superiores.

No Brasil, porém, essa é uma discussão pautada muito mais pela ideologia do que pela ciência, situação que beneficia apenas os oportunistas de mercado, que vendem ilusões a preços muito maiores.

A verdade, aos olhos da ciência, é uma só: ambos os sistemas podem produzir alimentos saudáveis, nutritivos e seguros. Basta que as boas práticas agrícolas sejam respeitadas.

* Claud Goellner é Engenheiro Agrônomo, professor aposentado de Toxicologia e Toxicologia de Alimentos.

* Nicholas Vital é Jornalista e autor do livro Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo.



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