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As estranhas conspirações na Venezuela

As estranhas conspirações na Venezuela

03/07/2017 Carolina Silva Pedroso

Dado o grau de incertezas atual, tudo é possível.

Após um ataque com granadas e tiros, disparados de um helicóptero, contra a sede do Tribunal Superior de Justiça, ficaram ainda mais evidentes as disputas pelo poder na Venezuela.

Um pouco antes do ocorrido, o presidente Maduro havia temerosamente afirmado que se não pudesse manter a Revolução Bolivariana com votos, o faria com armas. Tal declaração rendeu críticas duras de muitos setores chavistas, que desde a decisão da Justiça de tomar para si o poder Legislativo, controlado pela oposição, vem se distanciando da liderança de Maduro, acusando-o de estar destruindo o legado de Hugo Chávez.

O governo vem perdendo apoios importantes, como o da Procuradora Geral da República, Luisa Ortega, que declarou que na Venezuela o terrorismo advém do próprio Estado. Como represália, a Justiça, assim como fez com o Parlamento, tomou para si as funções da Procuradoria Geral e determinou o congelamento dos bens de Ortega, bem como a proibição de que saia do país.

Outro nome histórico do chavismo que se apresenta como um novo opositor a Maduro é seu ex-ministro do Interior, Miguel Rodríguez. Ele dirigiu por muitos anos os órgãos de inteligência do país e, após romper com o governo, tornou-se um novo alvo de perseguições.

Seu nome foi relacionado ao de Oscar Pérez, o piloto do helicóptero que realizou os ataques e que, posteriormente, publicou um vídeo reclamando a autoria do atentado e se apresentando como um líder de insurgentes civis e militares, desvinculados de qualquer grupo político-partidário.

Maduro, em sua declaração acerca dos acontecimentos, alegou que Pérez havia sido o piloto que transportava Rodríguez quando este era ministro. A história fica ainda mais estranha ao analisar a biografia de Pérez, conhecido no país por estrelar um filme baseado em sua atuação como membro da polícia científica.

Toda a ação do helicóptero foi filmada por pessoas próximas à área atacada e relatos dão conta de que os disparos ocorreram por quase duas horas. Ora, é de se questionar como a aeronave não foi interceptada ou mesmo abatida, considerando que, ao menos em tese, as Forças Armadas ainda se apresentam como um dos pilares mais sólidos de sustentação desse frágil governo.

Por isso, tem surgido muitas interpretações, que vão desde uma ação mal calculada da oposição, até uma insurreição dentro do chavismo ou um auto golpe, à la Erdogan na Turquia, para justificar medidas de encurralamento de todos os que se levantem contra o regime. Dado o grau de incertezas atual, tudo é possível.

* Carolina Silva Pedroso é mestre e doutoranda pelo programa de pós-graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) e atualmente está como pesquisadora visitante do Instituto de Estudos Latino-Americanos e Caribenhos (ISLAC) da University of South Florida (USF).



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