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As redações do ENEM, retrato da educação

As redações do ENEM, retrato da educação

24/03/2013 Luiz Carlos Amorim

O escândalo do ENEM da vez é a correção das redações das provas do ano passado. O MEC, agora, é obrigado a dar vistas da redação corrigida ao prestador da prova.

Então o jornal O Globo pediu que quem tivesse tirado nota mil na redação do Enem enviasse cópia da mesma, para expor bons desempenhos, bons exemplos. Acontece que o jornal recebeu redações nota 1000 com muitos erros, com erros crassos que evidenciam o fato de que aqueles textos não mereciam a nota máxima que lhe foi conferida.

As redações apresentavam erros de grafia e graves problemas de concordância verbal, acentuação e pontuação. “Rasoavel”, “enchergar” e “trousse”, são alguns dos muitos problemas encontrados. Quando questionado, o Inep justificou: “uma redação nota 1.000 deve ser sempre um excelente texto, mesmo que apresente alguns desvios em cada competência avaliada.

A tolerância deve-se à consideração, e isto é relevante do ponto de vista pedagógico, de ser o participante do Enem, por definição, um egresso do ensino médio, ainda em processo de letramento na transição para o nível superior”. Ainda o Inep: “um texto pode apresentar eventuais erros de grafia, mas pode ser rico em sua organização sintática, revelando um excelente domínio das estruturas da língua portuguesa”.

Se faço erro de grafia e de concordância, como posso ter excelente domínio da língua portuguesa? Que “especialistas” em linguística e língua portuguesa são esses? Inep deve ser abreviação de ineptos, pelo visto. Quer dizer, o MEC dá nota máxima para redações com “desvios”, confirmando a má qualidade do ensino no Brasil, atestando, mais uma vez, a falência da nossa educação.

Que gestores da educação de um país dão nota máxima para uma redação com erros crassos, erros de quem tem uma escola ruim, que não consegue ensinar os estudantes a escrever com correção a língua mãe? E ainda justificam a irresponsabilidade de quem corrige as redações, como se fosse uma coisa normal? Aliás, cá pra nós, essas redações são mesmo corrigidas?

Não é normal, absolutamente, sucatear a educação, não qualificando e não pagando decentemente professores, não fazendo manutenção de escolas, não as equipando minimamente. Não é normal fazer modificações no ensino que empobrecem cada vez mais a educação brasileira, como aumentar o prazo para alfabetização de nossas crianças – de sete para oito anos, como foi feito recentemente.

Ou alterar o sistema de alfabetização, que sempre funcionou tão bem, para um novo que faz com que as crianças cheguem ao terceiro, ao quarto ano, sem saberem, efetivamente, ler e escrever. Por incompetência dos gestores da educação, nossos estudantes estão indo para as universidades cada vez menos preparados e saem de lá cada vez mais profissionais que não estão aptos a exercer a profissão escolhida. E esses mesmos gestores não tem nenhum problema em confirmar isso, dizendo que é “normal” dar nota máxima para uma redação com erros.

*Luiz Carlos Amorim é escritor.



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