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Cartel, São Paulo como exemplo ao Brasil

Cartel, São Paulo como exemplo ao Brasil

15/08/2013 Dirceu Cardoso Gonçalves

Se o processo de Alckmin for à frente, será um marco na historia da administração pública e da democracia brasileira.

Ao processar por corrupção e danos morais, a ré confessa Siemens, dela exigindo a pronta devolução de tudo o que através do seu ato criminoso possa ter recebido indevidamente do Estado por conta do cartel que teria fraudado as concorrências do metrô e trens paulistas, o governador Geraldo Alckmin faz o mínimo que todo administrador público cioso deveria fazer ao ver seu governo envolvido num escândalo.

Com o processo, estabelece o ambiente capaz e insuspeito para investigar o ocorrido, definir responsabilidades e, ainda, promover devidas reparações ao erário e a penalização dos envolvidos, sejam eles agentes públicos ou privados. Tornou-se hábito no Brasil, não sério, mas democrático – e até antes – os políticos denunciarem mirabolantes esquemas errantes supostamente praticados por seus adversários. Esses malfeitos caem como petardos na opinião pública, provocando indignação e, evidentemente, o desgaste dos destinatários.

Isso costuma ocorrer às vésperas do período eleitoral e muitos dos denunciados acovardam-se, limitando-se a evasivas e ao “não sei”, já transformado em piada nacional. Passadas as eleições, denunciantes e denunciados esquecem tudo e o povo fica desinformado sobre o que efetivamente aconteceu, mas com a sensação de que todos do meio são a chamada “farinha do mesmo saco”. Ao processar a empresa que confessa participar do cartel que prejudica São Paulo, Alckmin puxa o fio da meada que, poderá trazer para o processo as outras participantes da fraude, tendo a oportunidade de também processá-las e delas cobrar reparação.

Ainda conseguirá prospectar as aves de rapina dessa novela para colocar nas costas de cada uma, de dentro ou de fora do governo, o fardo que lhes couber. Assim fazendo presta um grande serviço a São Paulo, ao país e à administração pública, demonstrando que, só quando o administrador quer, é possível fazer fechar as torneiras da corrupção. O processo ainda abre a porta para que o governo federal e os outros estados, se os governantes puderem e quiserem, fazer o mesmo, já que as empresas citadas têm obras por todo o país e, se montaram um cartel criminoso em São Paulo, é provável que assim tenham agido em outras regiões.

Desde os famosos escândalos das pedras preciosas, do metro de estrada transformado em banquete, do vazamento de informações econômicas privilegiadas a apaniguados do poder, dos sanguessugas e do próprio mensalão onde, mesmo condenados, os participantes ainda estão impunes, o povo só tem motivos para reprovar o comportamento dos políticos. Eles bombardeiam a opinião pública com as denúncias e depois esquecem tudo.

O denunciado, por interesse, também não costuma reagir à altura e tudo acaba em “pizza”. Se o processo de Alckmin for à frente, será um marco na historia da administração pública e da democracia brasileira. E, finalmente, se ficar provado que as empresas agiram em cartel, todas terão, obrigatoriamente, de se ser banidas do país por falta de idoneidade. É assim que se muda o Brasil...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
 



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