Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Caso Carolina Ferraz: a precariedade das leis na internet

Caso Carolina Ferraz: a precariedade das leis na internet

05/02/2015 Dane Avanzi

Nas últimas décadas a internet se consolidou como a Sociedade da Informação no âmbito mundial.

Repleta de ineditismos, a internet promete mudar muito nos próximos anos, seja por imposição do ecossistema nas indústrias de tecnologia que a sustentam, seja por vias legais e jurídicas que devem se adequar e reduzir o descompasso com o mundo digital - que viaja na velocidade da luz, enquanto a jurisprudência caminha a passos de formiga - na tentativa, muitas vezes vã e sempre tardia de corrigir injustiças. Chama-me atenção o desenrolar dos fatos no caso da atriz Carolina Ferraz, que teve seu nome registrado por uma empresa que comercializa domínios, sem sua prévia autorização.

Não bastasse ter seu nome artístico - que possui valor econômico - usurpado por terceiros, teve ainda esse registro associado a conteúdos pornográficos. A ação tramita na segunda instância da Justiça e tem grandes chances de ascender ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Sabemos o quão desregulamentado e suscetível a ilicitudes encontra-se o ambiente virtual da internet, que rapidamente tem deixado de ser uma abstração e se integrado ao cotidiano das pessoas.

De fato, não é proibido a ninguém registrar um domínio na entidade Registro.BR ou nome próprio de pessoa comum ou personalidade. Ocorre que no âmbito da internet, esse domínio, quem chegar primeiro será o legítimo proprietário, o equivalente, em termos práticos, à Certidão de Nascimento, que confere personalidade jurídica a uma pessoa. Ora, se a internet nos possibilita fazer transações bancárias em tempo real, que tornou fatos tidos outrora como ficção científica, não consegue garantir segurança jurídica, tão básica ao cidadão, de fato, há muito trabalho pela frente para os operadores do direito e administração pública em geral, de modo a resgatar o velho ditado jurídico: onde está o homem, está a sociedade, onde está a sociedade está o direito.

Infelizmente, hoje o mundo cibernético é uma terra sem lei, não somente aqui no Brasil, mas em todo o mundo. Creio que essa situação somente vá mudar com a criação de regras internacionais e com a padronização de procedimentos capazes de garantir um ambiente mais seguro. Uma das discussões do processo é a responsabilidade da entidade responsável pelo registro ser obrigada ou não a checar se o domínio está sendo feito por quem é de devido direito. Hoje, o critério é quem registrar primeiro torna-se o dono do nome.

Acredito que esse critério deve ser revisto com urgência para evitar que situações como essa voltem a ocorrer, inclusive, já existe no ambiente jurídico, o registro de marcas e patentes industriais que protege bens incorpóreos. A internet veio para ficar e possui uma “estrutura fundiária” abstrata no sentido corpóreo, mas muito real no sentido econômico e financeiro. Portanto, a que se pensar com urgência numa nova ordem de relação jurídica virtual, consonante à sociedade da informação.

Quanto à falta de clareza das instituições jurídicas com a realidade, a discussão zetética, que foi objeto de estudo de Immanuel Kant, o mais proeminente filósofo da era moderna para as ciências jurídicas, receio que em tempos pós modernos se aprofundem ainda mais. Porém, acredito que após ser feita a transposição das realidades jurídicas formais e cibernéticas, uma nova ordem jurídica se estabeleça, comum aos dois ambientes, conciliando presente, passado e futuro.

*Dane Avanzi é empresário, advogado e vice-presidente da Aerbras - Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.



Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre