Colaboração logística no varejo contribui para a economia circular
Colaboração logística no varejo contribui para a economia circular
Um dos pontos mais importantes para a economia circular é o reuso de recursos – a utilização de materiais que possam ser recuperados e que tenham vida longa.
Essa prática é útil tanto para não gerar descartes ao meio ambiente, quanto para reduzir custos às empresas.
Tendo em vista esse conceito, a cadeia de suprimentos, em especial a parte do processo inicial do transporte e armazenamento de cargas, cumpre um papel fundamental no cenário da economia mais moderna.
A chamada “economia circular” está ligada ao desenvolvimento econômico paralelo ao melhor uso de recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.
Essa é uma nova forma de pensar o nosso futuro e como nos relacionamos com o planeta, dissociando a prosperidade econômica e o bem-estar humano do consumo descontrolado de recursos naturais e do impacto ambiental desmedido.
Para isso, materiais circulam ao máximo de seu valor em sistemas industriais e logísticos integrados e regenerativos. A tendência de pagar pelo uso temporário de itens, em vez de comprá-los para si mesmos, está ganhando terreno.
Um exemplo disso vem da logística relacionada à movimentação de paletes, instrumentos fundamentais para o transporte de cargas, de todos os setores de bens de consumo.
A economia circular tem como propósito a transformação no conceito do que entendemos como lixo, estimulando o reaproveitamento de materiais, como os paletes, em fluxos cíclicos.
O Pacto Global da ONU no Brasil, inclusive, desenvolveu uma inciativa local chamada de Conexão Circular. A iniciativa reúne representantes de empresas, sociedade civil e universidades brasileiras que, juntas, pretendem incentivar as companhias no atingimento de metas como de aterro zero, dentro do que a legislação permitir, e o desenvolvimento de modelos circulares.
Dentro dessa proposta, o produto, ao invés de ser descartado, volta a ser outro produto, preservando e transmitindo seu valor; e seu destino final deixa de ser uma questão que engloba apenas o gerenciamento de resíduos, mas passa a fazer parte de um processo de design de produtos e sistemas que já foram desenvolvidos, desde a sua concepção, com o pensamento de como manter o valor dos recursos ali empregados.
Vale citar um exemplo bastante comum da possibilidade da aplicação da economia circular: a reutilização do plástico, que, como todos sabemos, demora centenas de anos para se decompor.
A movimentação de paletes e contentores, produzidos em plástico reciclável ou madeira reflorestada, é um dos elementos-chave dos processos logísticos, portanto, deve ser considerada no contexto da eficácia de toda a cadeia de abastecimento.
Estas são uma parte integrante dos processos de transporte. Especialmente o método de sistema de pooling, em contrapartida ao de compra, está ganhando popularidade por se tratar de um sistema fechado de comércio de produtos entre fornecedores conhecidos sem necessidade de compra de materiais, preocupações com burocracias logísticas e menos emissões de carbono. É o ciclo da economia circular.
Ou seja, o momento em que os paletes e contentores estão desocupados é um momento fundamental para coleta e reabilitação destes ativos para que eles voltem ao circuito.
Por isso, a aproximação com empresas e distribuidores parceiros é fundamental. Nossos modelos de negócios não somente promove uma consciência e um engajamento maior na economia circular, mas também oferece soluções mais eficientes.
Exemplo disso é o feedback dados pelas empresas, de que os ativos CHEP têm alta qualidade, evitam que as cargas se deteriorem durante transporte e manuseio, otimizam espaço e economizam recursos.
Por isso contar com ações colaborativas no varejo, entre distribuidores, empresas, produtores e as empresas logísticas é fundamental.
Isto porque a logística sustentável depende da disposição destes players em se integrar ao sistema fechado de entrega e devolução dos itens como paletes e contentores.
Como exemplo desta parceria na cadeia, que envolve uma aproximação proativa, a CHEP colaborou com 370 clientes durante o ano de 2022 em mais de 1.400 iniciativas, mostrando um progresso significativo em relação à meta de dobrar o número de colaborações dos clientes de 250 para 500 até 2025.
No período, emitiu na América Latina 79 certificados de sustentabilidade para empresas clientes e parceiras líderes de seus setores.
Também trabalhou em colaboração em uma campanha de conscientização com mídias como OOH (caminhões) e redes sociais (LinkedIn).
Em tempos desafiadores como estes, a chave para se conseguir uma cadeia de abastecimento verdadeiramente regenerativa é a integração.
Ao trabalhar em conjunto com todos os envolvidos na cadeia de negócios, incluindo fornecedores, parceiros e clientes, é possível remover barreiras e melhorar a agilidade, progredindo ainda mais em direção às metas socioambientais globais.
É importante ainda o papel educacional das empresas, difundindo conceitos de economia circular no mercado, aumentando o potencial de sua adoção.
Portanto, é essencial que continuemos a colocar a sustentabilidade na agenda para gerar valor à indústria, enquanto protegemos o planeta.
* André Cardoso é Country Manager da CHEP Brasil.
Fonte: MSL Group