Portal O Debate
Grupo WhatsApp

De quem é a América?

De quem é a América?

12/04/2024 Leonardo de Moraes

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Ele havia visto um vídeo no Youtube que trazia uma conversa entre um menino brasileiro e sua contraparte estadunidense.

Respondi rapidamente: “porque eles não estudam geografia direito, não sabem que o nome correto é América do Norte”. Naquele dia, essa resposta contentou meu filho, mas não a mim.

Pensei no imenso número de crianças que devem ter feito essa mesma pergunta, e em todos os pais que não souberam o que responder.

Dependendo do que foi respondido, podemos validar uma determinada forma de se ver o mundo. O mundo através dos olhos dos outros. O mundo que ganhou nome pela boca dos outros.

Explico: uma coisa existe antes mesmo de ter um nome para ela, claro, seria muita arrogância do primeiro homem na Terra dizer que inventou a flor, quando apenas foi capaz de balbuciar o termo “flor”.

Precisamos de nomes pra nos comunicar, e eles surgem ao redor dos nossos próprios umbigos. Iremos organizar nossa linguagem de acordo com os nossos interesses.

O continente Americano já existia antes das caravelas, e as nações Maia, Asteca, Cherokee, Tupi já tinham linguagem e ciência extremamente desenvolvidas se comparadas aos portugueses com escorbuto (deficiência em vitamina C que leva a hemorragias e que era curada por poções dos xamãs, feita de casca de pinheiro-bravo, hoje chamado pela indústria farmacêutica de “picnogenol”).

Alguns pais, hoje, reclamam do fato de nossas crianças não serem mais perguntadas por “quem descobriu o Brasil?”, e é importante estarmos atentos ao fato de que a educação caminha para uma nova visão de mundo.

Meu filho, outra feita, me disse que “o Brasil não foi descoberto, pai. Foram os portugueses que chegaram nele. O nome, antes, era Pindorama”.

Fiquei surpreso e curioso. Nunca tinha ouvido falar em Pindorama, a não ser em uma música do grupo infantil “Palavra Cantada”.

A verdade é que as novas gerações estão se guiando para um mundo menos eurocêntrico, menos colonialista. Afinal, as américas jamais foram um “Novo Mundo”, pois esta ideia só surgiu sob os olhos de quem vivia no “Velho Mundo”.

Daí a questão dos nomes, daí a questão desses nomes trazerem pontos de vista que são, na verdade, insidiosos e escondem estruturas culturais que querem nos colocar como inferiores ou superiores.

Algo, em menor escala, como os apelidos que os valentões colocam nos alunos mais tímidos: ignorar seu nome de batismo e determinar que todos o chamem, a partir de um momento, pelo apelido, é uma forma de dominar e submeter.

* Leonardo de Moraes é mestre em Direito do Estado, professor de Direitos Humanos e autor do romance Tia Beth, sobre as dores da violência no Brasil.

Para mais informações sobre educação clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: LC Agência de Comunicação



A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques