Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Dermatologia, saúde e combate à resistência bacteriana

Dermatologia, saúde e combate à resistência bacteriana

01/12/2011 Dr. Paulo Velho

A dermatologia é uma importante questão de saúde pública. É certo que, nos dias atuais, a fama dessa especialidade médica está mais ligada à estética do que a problemas de saúde. No entanto, a dermatologia precisa ser encarada mais seriamente pela sociedade.

Cerca de 10% dos usuários de unidades básicas de saúde procuram assistência por uma queixa dermatológica e um em cada quatro indivíduos que vão a Centros de Saúde têm uma lesão de pele que requer atenção do médico. Outro exemplo da relevância da dermatologia na saúde coletiva é o uso indiscriminado de antibióticos para o tratamento, tópico ou sistêmico, de transtornos cutâneos.

Muitas vezes, os problemas tratados são frequentes, como a acne, que chega a acometer 80% da população. O uso indiscriminado de produtos à base de antobióticos pode provocar resistência bacteriana. E é papel do dermatologista coibir essa prática e colaborar para que a sociedade receba informação sobre este assunto.

Ocasionada principalmente pelo uso inadequado de antibióticos, a resistência bacteriana pode acarretar a ineficácia desses medicamentos em tratamentos futuros, mesmo quando o problema estiver em outros órgãos, o que dificulta o controle de infecções e propicia o surgimento das temidas superbactérias.

Na dermatologia, o uso de antibióticos para tratar doenças comuns merece atenção redobrada. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são inadequadas.

Atualmente, entre os medicamentos tópicos utilizados no Brasil para o tratamento da acne, aproximadamente 40% contêm antibióticos: dado preocupante. Para a acne, assim como outras doenças, o mercado já disponibiliza opções mais modernas, livres da substância. E, nesse caso, o tratamento com cremes ou pomadas com antibiótico é muito mais relacionado à resistência bacteriana que o tratamento oral, exceto quando o último é usado de forma inadequada

Mas é fundamental que a classe médica esteja bem preparada e constantemente atualizada para utilizar a melhor alternativa. A conscientização, que deve começar na faculdade de medicina para evitar prescrições inadequadas, precisa chegar aos pacientes, para reduzir a automedicação. Cada indivíduo tem características clínicas próprias e não deve usar medicamentos que julga serem bons ou que deram resultado para o vizinho.

Afinal, nem sempre o remédio que foi bom para um amigo é adequado para outra pessoa. Às vezes, pode até resolver o problema inicial, mas pode também gerar várias outras complicações. O problema, contudo, vai além: os riscos do uso de antibióticos não afeta somente o paciente, mas também quem convive com ele, até mesmo o médico que trata o problema.

Um estudo europeu realizado com dermatologistas e publicado numa importante revista da especialidade (British Journal of Dermatology) mostrou que mais de 60% desses profissionais carregavam em sua pele a bactéria envolvida no surgimento da acne Propionibacterium acnes resistente aos antibióticos que o próprio médico prescrevia aos seus pacientes.

E esta seleção de bactérias resistentes pode acontecer também com irmãos ou outras pessoas que convivem com quem usa antibióticos, mesmo em cremes, pomadas ou géis. E estes medicamentos são considerados inofensivos pela maioria das pessoas. É importante que todos conheçam melhor os riscos e benefícios dos produtos que utilizam, mesmo por questões estéticas.

E assim como todo medicamento, géis, cremes e pomadas também devem ser prescritos por um médico.

* Dr. Paulo Velho é Professor de Dermatologia e especialista em infectologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).



Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira