Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Diferença entre fraude e competitividade

Diferença entre fraude e competitividade

30/06/2011 Deborah Assad

A fraude em operações de comércio exterior coloca as empresas brasileiras em desigualdade de condições de competitividade frente às companhias estrangeiras.

Neste cenário de acirrada competição mundial, a atuação das aduanas de todos os países ganha muita importância, pois representam, em última análise, a defesa dos empregos de milhões de brasileiros.
  Hoje, a aduana brasileira está com infraestrutura insuficiente para  combater os ilícitos, seja por falta de recursos humanos quanto de tecnologia. O cenário atual da Receita Federal: quantitativo reduzidíssimo de servidores e tecnologia precária na interligação de dados com diversas áreas de apoio às fiscalizações.
Um dos principais ilícitos a ser combatido é o subfaturamento, operação que reduz significativamente os tributos aduaneiros incidentes na importação e faz com que os produtos importados ganhem competitividade frente aos fabricados no Brasil. Nossas aduanas não estão preparadas para um combate efetivo a esse tipo de ilícito. Mais grave ainda, tampouco nota-se uma política que aponte nessa direção, seja por parte da Receita Federal ou do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Assim como nos países desenvolvidos, os órgãos responsáveis pela defesa dos interesses econômicos do Brasil – a Receita Federal e o MDIC – devem adotar medidas eficazes no combate aos ilícitos em operações de comércio exterior, explorando ao máximo as regras impostas pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
Além disso, assim como qualquer empresa privada que precisa crescer, devem investir em pessoal e tecnologia. No momento em que os investimentos em recursos humanos por parte da administração pública são criticados, torna-se evidente a urgência de investimento em tecnologia, de modo a suprir esse desequilíbrio e possibilitar que, mesmo com menor quadro de pessoal, as atividades de combate aos ilícitos sejam feitas com maior eficiência.
O governo deve entender que os recursos humanos e tecnológicos capacitados são básicos para o comércio exterior de um país e que, se funcionassem a contento, poderiam reduzir as fraudes. Em contrapartida, aumentariam as divisas para o país, além de coibir a concorrência desleal e incentivar a produção local.
A importância do Brasil na manutenção de seus mecanismos de defesa comercial deve ser enfatizada ao ponto de não privilegiar um setor específico da economia, colocando em risco a atividade da indústria brasileira. É sabido que o segmento de manufaturados é um dos setores econômicos com grande participação na geração de riqueza e empregos.
Se não houver uma ação rápida dos órgãos governamentais, teremos uma desindustrialização generalizada no país, influenciando drasticamente na economia nacional,  gerando desempregos em massa, diminuição de arrecadação de impostos e dependência do comércio internacional. 
Por outro lado, o combate às fraudes em operações de comércio exterior proporcionará a retomada dos investimentos na área produtiva do país, minimizando a dependência de outros países, aumentando a empregabilidade e arrecadações de tributos.  
São medidas como a anticircunvenção, que garantiria a efetiva aplicação dos direitos antidumping; a implementação de efetivas ações de análise do valor declarado nas operações de importações; o efetivo combate às empresas “laranjas” e “fantasmas” utilizadas em operações de comércio exterior; o aumento do efetivo de servidores para conferência de cargas nas aduanas; a modernização urgente do Siscomex, que se encontra totalmente defasado no tempo; a implantação de sistemas de tecnologia que permitam mais agilidade e mais controle das operações de comércio exterior; a adoção de medidas duras para fins de licenciamento de importações de produtos sensíveis e que colocam em risco a indústria nacional; a maior cooperação entre os órgãos que atuam nessa área, como a Receita Federal e o MDIC.
Além disso, as regras de normatização, exigidas dos produtos nacionais, deveriam ser aplicadas nos produtos importados, que passariam a ter as mesmas exigências de segurança e qualidade exigidas dos fabricantes nacionais e que deveriam estar em conformidade com a Regulamentação Técnica Federal, de acordo com o Projeto de Lei 717/2003. O objetivo desse projeto é preservar a qualidade dos produtos, respeitando o consumidor, a indústria e os trabalhadores brasileiros, o que evitaria uma concorrência desleal com a invasão de mercadorias estrangeiras sem os padrões técnicos minimamente aceitáveis. Em outros países, os importados são submetidos a rigorosos testes e análises quanto à sua qualidade e segurança. No Brasil, ainda não há uma legislação que regulamente o assunto.
* Deborah Assad é diretora comercial da Ascamp Indústria Metalúrgica LTDA e membro da CDIB – Comissão de Defesa da Indústria Brasileira
Fonte: Oficina da Comunicação Integrada



Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli