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E os Protestos?

E os Protestos?

26/10/2014 Hiago Rebello

É difícil, para muitos conservadores e liberais, se explicar quando emitem uma opinião contrária a protestos.

A exemplo das massivas manifestações nos meados de 2013, momento que provavelmente foi, para muitos liberais-conservadores, (polêmicas a respeito da possibilidade da existência de um Liberal-Conservador à parte) difícil expressar o motivo de suas discordâncias com tais atos populares. A dificuldade se encontra em duas constatações:

1 – O povo não tem cultura.

Pode parecer – e na verdade é – um clichê que sai da boca de todo brasileiro, mas faço questão em me aprofundar no assunto, pois quando uso o termo povo, não me refiro a parcela menos instruída da população. Faço referência à maioria dos universitários, dos já formados, mestres e doutores também. Em um país onde a palavra conservador ou capitalista tem uma carga claramente negativa no meio universitário, não se pode realmente esperar um bom entendimento do conservadorismo ou do capitalismo.

O que seria um conservador ou um capitalista? O que se leu de conservadores e capitalistas? Quanto aos primeiros, creio que ignorantes progressistas acreditem que se trata de uma categoria de pessoas que não admitem mudanças – autores conservadores? Jamais! Não conhecem, ou melhor: no máximo assistem alguns vídeos do Olavo de Carvalho no Youtube e tomam áudios de dez minutos como a essência perpétua da obra do Olavo e, pior ainda, do pensamento conservador –, já em relação aos capitalistas, a classe universitária – não todos, claro. Não estou totalizando – acredita que são egoístas, que só visam o lucro e, como vilões de filmes ruins, fomentam a desigualdade social e a opressão. Autores capitalistas? No máximo Locke ou Smith – extrapolando se o universitário tem conhecimento o suficiente para saber qual é a obra de Rand, Hayek, Mises, etc.

2 – As manifestações, em sua revolta, não estão erradas.

Acalmem-se, caros liberais, pois não estou aceitando todos os problemas dos protestos com isso. Trata-se de uma troca injusta e criminosa, por isso o povo – e com isso me refiro a todos os brasileiros indignados – se revolta contra o governo presente. Quando vão para rua protestar contra a corrupção, falta de consideração com a população, atrasos em obras, ineficiência dos hospitais, da rede de esgotos, etc., não existe nenhum erro, pois apenas se dirigem contra a incompetência e crime. É um negócio muito desvantajoso para a população em geral ter um governo corrupto e ineficiente como o nosso. Se paga impostos – uns dos maiores do mundo – para ter uma boa qualidade de vida, recebe-se uma péssima qualidade em troca. A lógica é simples: os manifestantes não estão errados nesses princípios específicos.

Somam-se os fatores e o resultado é, em momentos de euforia nacional, a incapacidade de compreender o que um sujeito liberal-conservador vê de errado em uma manifestação. Mesmo com muita razão em seus protestos, o povo se cega em tabus universitários sobre o conservadorismo, a tradição e o capitalismo. O discurso da esquerda molda a cosmovisão em conversas chiques em bares: “direitista ama Pinochet, Mussolini, idolatra o regime militar, quer ver pobres mais pobres e ricos mais ricos”, aquela ladainha básica. O problema das conversas chiques de feministas e socialistas (apenas para exemplificar duas vertentes da esquerda), que podem até mesmo se confrontar em debates a respeito da socialdemocracia ou do socialismo puro como solução para as mazelas do mundo, é que a visão para a solução é a mesma.

Do universitário ao sujeito com dois doutorados nas costas, do gerente de loja até a empregada doméstica: a solução deve partir do Estado e deve ter mais Estado para intervir em prol da população . Aparentemente tais movimentos tem tudo para dar errado, mas não é fácil ver isso em euforia. Por um instante parece que temos a chance de resolver todos os problemas da nação! O povo vai ás ruas, protestos em todo país, a população indignada abre a boca e... nada. Mas por que nada? Motivo simples: nega-se a realidade. A política não pode ter dogmas, pois a sociedade muda, mas a humanidade não. Leia-se a Bíblia ou a Ilíada, passando por Cícero, François de Villion, ou até mesmo todos os registros legais existentes na humanidade, e podemos constatar que o humano não muda.

Podem existir culturas com superioridades ou inferioridades em relação a outras, mas no fim o homem é o mesmo. Nós temos virtudes, pecados, vícios, tristezas, prazeres, impulsos, vantagens, problemas... Tudo isso compilado em qualquer homem, em qualquer povo. Acreditar em algum progresso humano em um nível tão profundo é uma tolice sem paralelos, e tal tolice foi evidenciada nas manifestações do ano passado. Um Estado concentra todo o poder bélico e tem finanças, na teoria, inesgotáveis. Ele cobra imposto de tudo. O que um Estado (ou governo. No Brasil os dois se confundem desde que o PT entrou no poder) tem a perder com alguma ineficiência? Nada. Então nada pode segurar essa constância humana, o erro humano.

É difícil perder o cargo e o país jamais entra em falência – salvo raríssimas exceções. Negou-se uma realidade: um governo não pode ser tão massivo e corrupto, o Estado não pode ter tantos poderes. Qualquer país que tenha uma alta intervenção econômica, muitos impostos e que controla vários setores essenciais – como o dos transportes. O quê? Não? Os governos permitem apenas que X ou Y empresas de ônibus se mantenham. Nunca repararam a falta de concorrência, isto é, a existência de poucas empresas de ônibus em suas cidades? – não tem a possibilidade de gerir corretamente tais responsabilidades.

Quem manifestava simplesmente queria dar MAIS poder ao Estado para ele cuidar de algo que já é ineficiente desde antes! Não se pensou nenhuma vez que um governo corrupto seria incapaz de beneficiar quem ele já roubava! A solução (óbvia) era pedir MENOS Estado nas ruas, ordenar a existência um menor poder do governo e maior liberdade para o próprio povo gerir seus negócios. Por que não diminuir os impostos ou privatizar a produção de petróleo e seu refinamento (algum problema?

A Petrobrás esta quase falida, sendo que ela MONOPOLIZA o próprio negócio)? Por que não fomentar o mercado dando mais espaço para investidores estrangeiros respirarem? Por que não facilitar a criação de uma empresa de ônibus, fazendo a concorrência crescer e (somando-se os baixos impostos e a gasolina barata) fazer as passagens terem seus preços diminuídos? A resposta é simples: porque o pensamento esquerdista inebria a cosmovisão política e econômica do brasileiro.

*Hiago Rebello é Graduando no primeiro semestre em História na UERJ – FFP e especialista do Instituto Liberal.



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