Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Eleições e a agenda do desenvolvimento

Eleições e a agenda do desenvolvimento

27/02/2010 João Francisco Salomão

O ano de 2010 é de extrema importância para toda a sociedade brasileira, que elegerá, exercendo o dever e o direito inalienáveis do voto direto, o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Mais uma vez, os eleitores têm a oportunidade de passar o País a limpo, julgar com a imparcialidade de sua consciência aqueles que já passaram pelo poder — no Executivo e no Legislativo — e as propostas voltadas à solução dos problemas nacionais e de cada estado da federação.

O voto é o mais poderoso instrumento dos cidadãos para melhorar a sua pátria, intervir na realidade e mudar os rumos da história. Por isto, é efetivamente a essência da democracia e seu meio mais efetivo quanto à participação direta da população nas decisões capazes de tornar um país vitorioso ou perdedor na saga do desenvolvimento. Não há dúvida, portanto, de que o voto direto, para todas as instâncias governamentais, foi a mais importante reconquista dos brasileiros depois dos anos do regime de exceção iniciado em 1964.

É preciso deixar clara tal premissa para reforçar, por outro lado, a necessidade indubitável de evitar que o processo eleitoral — o ponto mais alto da democracia — interfira de modo negativo na agenda do desenvolvimento. Este alerta seria desnecessário não fossem os amargos exemplos aos quais assistimos em todo ano eleitoral, a começar pela paralisia do Legislativo, cujos membros, tanto no Congresso Nacional, quanto nas assembléias dos estados, passam a se dedicar muito mais às campanhas do que à função parlamentar. Isso não pode ocorrer, pois é dever de quem recebeu o voto do eleitorado saber conciliar suas responsabilidades no cargo eletivo com suas campanhas e interesses políticos.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) está definindo quais são as prioridades do setor no Congresso este ano. Os itens selecionados comporão a Agenda Legislativa da Indústria – 2010, que será lançada em março. Pois bem, as proposições indicadas como prioridades na ação de defesa de interesses da manufatura não podem, em hipótese alguma, esperar o calendário eleitoral. O conteúdo do documento reúne propostas de emenda constitucional, medidas provisórias e projetos de lei decisivos para o setor, que tem peso exponencial na economia, considerando o volume de empregos que gera, o valor agregado de sua produção, o aporte tecnológico e as divisas que internaliza com suas exportações.

Outro problema a ser evitado é a descontinuidade de ações, projetos e medidas no Executivo, em decorrência da alternância no poder, esta peculiaridade tão saudável da democracia. Não é benéfico para o País que os novos governantes, quando de partidos diferentes dos de seus antecessores, extingam programas comprovadamente eficazes, pelo simples fato de terem sido criados e implantados por adversários políticos. Imaginem, por exemplo, se o presidente Lula, ao assumir a Presidência da República em 2003, tivesse mudado radicalmente os princípios da estratégia monetária anti-inflacionária adotada no Governo Fernando Henrique. Teria sido imenso retrocesso.

Ainda no âmbito da macroeconomia, também seria inconcebível que o novo governo, a ser empossado em 1º de janeiro de 2011, implodisse a política de manutenção de reservas cambiais elevadas, hoje acima do patamar de 200 bilhões de dólares. Afinal, esta foi uma de nossas principais blindagens contra a recente crise mundial. Tampouco, seriam inaceitáveis a interrupção do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que tem gerado empregos e impulsionado a construção civil e numerosos segmentos industriais, e a extinção de programas, como o Bolsa Família, voltados à inclusão social.

No tocante à indústria, de modo específico, seria temeroso, por exemplo, qualquer retrocesso em linhas de financiamento do BNDES, políticas de estímulos a alguns setores e ações voltadas à ampliação das exportações e diversificação de mercados. Os novos governantes devem, sim, diagnosticar os gargalos, identificar o que está errado e buscar avançar. Retroceder, jamais! Caso não ajam com racionalidade e foco nos interesses maiores da Nação, acabam causando imenso prejuízo.

Contribuir para que o País cresça, com inclusão social e ascensão econômica crescente dos cidadãos, é o anseio dos brasileiros. Que a grandeza democrática das eleições, o civismo com que os brasileiros forem às urnas e a esperança com que digitem cada voto inspirem os políticos eleitos e lhes deem respaldo, confiança, serenidade e a sabedoria de priorizar os interesses maiores da população. São esses os valores e objetivos que norteiam as expectativas da indústria, dos setores produtivos e de toda a sociedade!

*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC) - salomã[email protected]

Fonte: Ricardo Viveiros & Associados - Oficina de Comunicação

Editoria: Biografia Empresarial

Twitter:  RVComunicacao



Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli