Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Financiando a inovação no Brasil

Financiando a inovação no Brasil

01/06/2012

Brasil, o país da inovação. Não esta não é uma frase extraída de um filme de ficção científica nacional.

Nem é o título de uma reportagem em um grande jornal de circulação nacional em 2020. Pelo menos ainda. Tecnologias inovadoras criadas no campo da nanotecnologia e desenvolvidas para a exploração do pré-sal são algumas das frentes que estão tentando fazer possível o uso essa frase na atualidade.

Internamente, entidades governamentais voltadas para proteção da inovação, como o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual – INPI – também têm feito sua parte na busca pela inovação nacional. No INPI, a modernização dos sistemas do INPI com o e-marcas e o e-patentes, bem como o aumento do número de servidores que quase duplicou, tendo o número de examinadores quase triplicado, refletiu diretamente no tempo de concessão das patentes que era de 11,6 anos em 2006, reduzindo-o atualmente para menos da metade, 5,4 anos, ainda com meta de redução para 4 anos até 2015.

Todos estes fatores vêm refletindo em uma maior credibilidade no sistema de inovação e, consequentemente, no aumento no número de pedidos de patente: de 2007 a 2011, os pedidos de patentes saltaram de 105 mil para mais de 140 mil. Esse reflexo tem atingido inclusive a classificação internacional do Brasil no Ranking Mundial da Inovação, publicado pela INSEAD e liderado pela Suíça, colocando-o em 47º.

A posição ocupada pelo país, que pelos resultados sua produção poderia ser 10 posições melhor encontra como entrave o Innovation Input Index que é a matéria-prima da inovação, composta principalmente da infraestrutura institucional, intelectual e da sofisticação do mercado e dos negócios do país. O incentivo da inovação pode vir de várias formas, desde a proteção pela propriedade intelectual, passando pela oferta de financiamentos de investidores até os benefícios instituídos pelos governos ao oferecer subsídios, financiamentos e claro, benefícios fiscais.

A proteção da propriedade intelectual é a primeira das razões de se estimular a inovação. No campo das patentes, a Lei da Propriedade Industrial garante o monopólio da exploração econômica dos Modelos de Utilidade e Pedidos de Invenção por períodos mínimos de 7 anos e 10 anos e máximos de 10 e vinte anos, respectivamente.

Os motivos para se buscar a proteção dos Monopólios garantidos pela Propriedade Intelectual, em especial pelas patentes, são diversos: (i) a proteção aos investimentos com projetos bem e mal sucedidos, (ii) os gastos com as pesquisas, os equipamentos, o cumprimento de regulamentos, a realização de testes, e a própria comercialização da criação no mercado; (ii) o uso dos incentivos governamentais para o desenvolvimento de determinadas áreas da indústria carentes de desenvolvimento. Mas não basta a proteção das criações como incentivo à inovação.

Como dito anteriormente, dois importantes aspectos devem ser levados em consideração quando se pretende incentivar a inovação: os benefícios instituídos pelos governos ao oferecer subsídios, financiamentos e benefícios fiscais e a oferta de crédito e os financiamentos, conforme veremos a seguir. Buscando melhorar a matéria-prima da inovação, o Governo Brasileiro tem investido além da esfera institucional de proteção à propriedade intelectual gerida pelo INPI.

Planos de atuação multissetoriais como o Plano Brasil Maior demonstram a preocupação e o planejamento feito pelo país no incentivo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. O Plano Brasil maior possui como principais medidas a desoneração dos investimentos e das exportações; a ampliação e simplificação do financiamento ao investimento e às exportações; o aumento de recursos para inovação; o aperfeiçoamento do marco regulatório da inovação; os estímulos ao crescimento de pequenos e micronegócios; o fortalecimento da defesa comercial; a criação de regimes especiais para agregação de valor e de tecnologia nas cadeias produtivas; e a regulamentação da lei de compras governamentais para estimular a produção e a inovação no país.

Objetivamente, alguns dos incentivos o governo pretende oferecer para convencer as empresas a investirem em inovação são a desoneração da folha de pagamento em determinados segmentos, a oferta pelo BNDES de R$ 7 bilhões em crédito para empresas que queiram investir em inovação; a redução do custo das exportações, como a instituição do Reintegro, a partir do qual será possível a devolução de até 4% do valor exportado em manufaturados; a ampliação do ressarcimento de créditos aos exportadores, permitindo às empresas com escrituração fiscal fazerem o processamento automático e receberem em ate 60 dias; e a criação de linhas de financiamento específicas para o incentivo às exportações, inclusive para micro, pequenas e médias empresas.

O Sistema Financeiro Nacional possui vários componentes do Conselho Monetário Nacional que impactam na inovação, mormente no que se trata de seu financiamento privado. Tradicionalmente, as formas mais utilizadas para financiar a inovação são as linhas de crédito junto às Agências de fomento e Bancos de desenvolvimento, justamente devido aos incentivos governamentais para o desenvolvimento das indústrias previstos em ações como as contidas no Plano Brasil Maior. No entanto, percebemos que as linhas de crédito para o financiamento da inovação encontram resistências nos Bancos Comerciais e de Bancos de investimento.

Os motivos dessa resistência são, basicamente, cinco: (i) a dificuldade na utilização como garantida de crédito; (ii) a preferência pela Liquidez dos bancos; (iii) a dificuldade na avaliação da margem de segurança; (iv) a concentração regional; e (v) a necessidade de melhoria no aparato institucional. As dificuldades de utilização da inovação como garantia de crédito e a preferência pela liquidez têm sido alteradas principalmente em virtude da própria dificuldade gerada pela falta da cultura à inovação; estas, por sua vez também encontram nas duas últimas, concentração regional e necessidade de melhoria no aparato institucional parte de sua dificuldade, gerando uma reação sistêmica, um círculo vicioso que para ser quebrado deve abranger mudanças em toda a cadeia da inovação.

Márcio Mello Chaves é advogado do Almeida Advogados.



O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan