Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Gaslighting – O abuso psicológico sútil e despretensioso

Gaslighting – O abuso psicológico sútil e despretensioso

22/10/2023 Andréa Ladislau

Várias são as formas de abuso psicológico que um ser humano pode sofrer.

No entanto, temos um tipo de abuso que é muito característico por ser, de certa forma, “invisível”, que não deixa marcas físicas, sendo, portanto, difícil de ser analisado e penalizado.

É o Gaslighting, tipo de abuso no qual a vítima quase nunca tem consciência de estar sendo abusada. Ou pelo menos, não como se entende geralmente o termo, já que não há uma agressão clara.

Mas sim, a agressão existe, acontece muito e vem disfarçada de ações que podem camuflar a perversidade do processo em si.

A melhor definição seria de uma manipulação sutil, na qual o abusador enfraquece a autoestima, o amor próprio e a confiança da vítima (pode ser o homem ou a mulher), fazendo com que ela se coloque cada vez mais submissa, dependente e, se anulando a tal ponto que, ela não consegue ter a clareza destes atos perversos e colocando em dúvida suas próprias emoções e seus medos.

Uma prática devastadora cuja dinâmica mostra que na cabeça da vítima, o abuso não está acontecendo, e ela acaba achando que ela é realmente culpada.

Em grande parte das situações, ela deixa de ter voz, pois é menosprezada em seus pontos de vista, chegando até a se fechar de tal forma que vai se anulando cada vez mais.

A dificuldade em se identificar ou denunciar este tipo de abuso psicológico está exatamente no fato de que, a vítima quase nunca tem consciência de estar sendo abusada e uma das características deste processo é que o agressor usa de estratégias perversas para fazer com que a vítima tenha dúvidas sobre os fatos e acredite que tudo não passa de invenção, paranoia ou uma histeria de sua cabeça.

Faz com que ela pense estar sempre equivocada e exagerando em suas proposições. E no meio desta confusão de sentimentos, muitas vezes se fecha ou se cala, por acreditar que está mesmo errada e que o abusador está com a razão.

E, de forma a reparar suas “falhas”, ela pode acabar entregando a ele sua capacidade de discernimento sobre os fatos e sobre sua vida de forma geral.

Insultos, agressões verbais, diminuições claras, depreciação, também são ingredientes que podem ser encontrados nessa rede do Gaslighting. E é aqui que começam os problemas e possíveis transtornos psicológicos.

Por ser complicado provar, já que dificilmente existe uma violência explícita, esse agressor se esconde atrás de uma vítima medrosa, sem energia, sem voz, confusa em suas palavras e atitudes, com uma autoestima destruída e que, é levada a pensar que a causa de tudo passa por ela.

Uma das principais características desse abuso psicológico é a alteração da percepção de realidade da vítima, que anula sua consciência e cria a negação de que vive em meio a uma atmosfera abusiva.

Essa violência é contínua. A sutilidade do caso aliado a um ciclo de repetição gera nessa vítima as dúvidas que a levam a sentir-se culpada e responsável pelo que está sofrendo. A ponto de achar que o agressor age desta forma, porque ela provoca de alguma maneira.

Tudo se torna muito confuso aos seus olhos e seu entendimento e quem sofre com essa violência, acredita firmemente que está louco (a). Se confunde se está no papel de vítima ou de abusador (a).

Enfim, ao menor sinal de agressão psicológica, deve-se buscar ajuda profissional para seu fortalecimento enquanto ser humano, sem medo da exposição. Resgatando assim, sua credibilidade, autonomia, liberdade de expressão e elevação da autoestima.

Trazendo para sua rotina de vida a harmonia junto a uma maior força e consciência mental, abandonando o papel da opressão sofrida através da perversão camuflada nos atos praticados por seu agressor.

* Andrea Ladislau é psicanalista.

Para mais informações sobre Gaslighting clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp



Democracia: respeito e proteção também para as minorias

A democracia é um sistema de governo que se baseia na vontade da maioria, mas sua essência vai além disso.

Autor: André Naves


O Brasil enfrenta uma crise ética

O Brasil atravessa uma crise ética. É patente a aceitação e banalização da perda dos valores morais evidenciada pelo comportamento dos governantes e pela anestesia da sociedade, em um péssimo exemplo para as futuras gerações.

Autor: Samuel Hanan


Bandejada especial

Montes Claros é uma cidade de características muito peculiares. Para quem chega de fora para morar lá a primeira surpresa vem com a receptividade do seu povo.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves