Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Mensaleiros, o gigante acordou!

Mensaleiros, o gigante acordou!

05/07/2013 Dirceu Cardoso Gonçalves

Quando investe todas suas forças na reforma política, com plebiscito ou referendo, o Governo, o Congresso Nacional e os partidos políticos parece não terem compreendido - ou não querer compreender - a mensagem do povo nas ruas.

A pesquisa do Datafolha revela que 74% dos brasileiros querem a prisão imediata dos condenados do mensalão. Mas ninguém dos palácios de Brasília ou dos partidos políticos, alvos da revolta popular, se movimenta nesse sentido. Para as lideranças políticas e governamentais, parece até nem existirem aqueles 25 senhores e senhoras condenados, por corrupção, pelo Supremo Tribunal Federal.

Se de fato estão ouvindo o clamor popular, os governantes, congressistas, lideranças e os partidos deveriam se empenhar primeiro na exemplar punição aos mensaleiros. Mesmo com a tramitação dos derradeiros recursos no STF, os condenados com mandato já deveriam ter sido cassados e os filiados aos partidos expulsos das agremiações. Ao inexplicavelmente mantê-los em suas fileiras, o parlamento e os partidos mostram suas caras, nivelando por baixo e expondo todos os seus membros - inclusive os sérios e respeitados - à incômoda nódoa que envolve os errantes.

Em vez do sepulcral silêncio e da vã justificativa dos recursos pendentes, os detentores do poder deveriam envidar todos os seus esforços para mudar as leis permissivas e protelatórias que hoje sofrem a maciça reprova nacional e, ninguém pode negar, foram todas geradas pelos seus antecessores tanto do Executivo quando do Legislativo. A instituição que fez as leis pode mudá-las, desde que essa seja a vontade de seus membros. As manifestações têm, até agora, carregado o rótulo pacífico, apesar dos incidentes atribuídos a baderneiros e a infiltrados que a soldo ou interesse diverso, tentam enfraquecer o vigor das reivindicações.

Mas, se o povo chegar à conclusão de que está mais uma vez sendo enganado (e parece que está!), tudo pode mudar, e a paz se transformar em indignação. A partir daí, viveremos o imprevisível. Para evitar o aumento da pressão popular, em vez de priorizar a reforma política e suas nuances, Governo, Congresso e partidos têm de agir mais concretamente no interesse do povo. Encarar sem temor nem complacência a questão dos mensaleiros. A Câmara, assumindo publicamente o ônus cassar ou não cassar os mandatos dos condenados e vindo a público para explicar porque cassou ou não cassou.

Igualmente os partidos, têm o dever de decidir sobre a situação de cada um de seus condenados e, por respeito à sociedade, também revelar detalhadamente a sua decisão. Se não o fizerem, logo teremos nas ruas o pedido dos jovens, estudantes, trabalhadores e movimentos da sociedade, pela prisão dos mensaleiros condenados como bandeira principal das manifestações que, cada dia mais ruidosas, marcharão rumo aos prédios do Governo, Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, às sedes dos partidos nos estados e municípios e até à casa dos dirigentes partidários que, principalmente nas pequenas cidades, também é a sede do partido.

O povo já demonstrou a força do seu poder de mobilização. Em vez de casuística perfumaria política, se quiserem sobreviver, as elites têm de ouvir verdadeiramente seu clamor e, na medida do possível, resolver os seus problemas. Se continuar enrolando, vai terminar mal, pois o gigante acordou!

*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).



Democracia: respeito e proteção também para as minorias

A democracia é um sistema de governo que se baseia na vontade da maioria, mas sua essência vai além disso.

Autor: André Naves


O Brasil enfrenta uma crise ética

O Brasil atravessa uma crise ética. É patente a aceitação e banalização da perda dos valores morais evidenciada pelo comportamento dos governantes e pela anestesia da sociedade, em um péssimo exemplo para as futuras gerações.

Autor: Samuel Hanan


Bandejada especial

Montes Claros é uma cidade de características muito peculiares. Para quem chega de fora para morar lá a primeira surpresa vem com a receptividade do seu povo.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves