Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Na linha do trem moderno

Na linha do trem moderno

01/12/2012 Paulo Fontenele

As cidades brasileiras já começaram a oferecer uma infraestrutura mais moderna e densa para facilitar a vida de seus moradores.

Os investimentos em trens, metrô, ônibus e outros meios (como os monotrilhos) se multiplicam, em parte pelas exigências da Fifa para eventos esportivos de 2013 e 2014, em parte em razão da pressão dos eleitores, que miram em problemas locais para escolher seus governantes.

E assim o cenário brasileiro vai se transformando nesse grande canteiro de obras que o leva à modernidade. Os problemas são muitos, herança de sua própria história, mas a verdade é que os horizontes são promissores e os investidores se sentem mais seguros e confortáveis para acreditar nesse futuro brasileiro.

Ainda há um longo caminho a percorrer até que a qualidade de vida atinja um nível desejável, principalmente nas maiores cidades, como São Paulo e Rio. Mas vale ressaltar as boas notícias que alicerçam essa crença, a começar pelo programa de investimentos em infraestrutura anunciado pelo governo em agosto.

Serão aplicados R$ 133 bilhões em nove trechos de rodovias e doze trechos de ferrovias para reduzir o custo de logística no País. O plano prevê a construção de 7.500 quilômetros de rodovias e dez mil quilômetros de ferrovias. Deverão ser aplicados R$ 75 bilhões em cinco anos e R$ 53,5 bilhões em 20 a 25 anos.

O programa acelera as concessões e reforça o investimento privado em infraestrutura. Nas ferrovias, o programa traz como novidade a quebra do monopólio no uso das estradas de ferro e mecanismos que estimulam a redução de tarifas. O governo federal será responsável pela contratação, construção, manutenção e operação da ferrovia.

Haverá separação entre o responsável pela infraestrutura física e o usuário e a criação de um novo player, o operador. Além de avançar na infraestrutura básica, para a redução do Custo Brasil no transporte de carga, o programa do governo resgata para os brasileiros a perspectiva da volta do trem de passageiros, praticamente banido em favor das rodovias.

E não falamos aqui do trem-bala, que é outra frente aberta pelo governo, mas daquele trem que percorria as linhas de ferro de nosso Interior com toda a sua poesia. Agora dotado da mais alta tecnologia e embalado em muita beleza e funcionalidade, como os veículos sobre trilhos que circulam pelas cidades da Europa para desafogar o trânsito.

Se lá funciona, aqui também pode funcionar, especialmente no transporte intermunicipal. Para implantar esse programa de infraestrutura, o governo criou a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e seu presidente, Bernardo Figueiredo, enche o setor de otimismo ao afirmar: “A primeira coisa que se precisa para ter trens de passageiro é uma ferrovia, onde os trens possam circular. O que estamos construindo agora é essa base ferroviária, e estamos adotando um modelo que permite que a gente volte com o transporte de passageiros”.

O novo modelo de concessão estabelece que as empresas que construirão as ferrovias não poderão estabelecer limites para circulação de trens de passageiro, que será livre. A ferrovia será aberta a qualquer tipo de trem que queira comprar o direito de circular nela. Enfim, o governo lança pela primeira vez em décadas um programa de investimentos em logística em que a ferrovia prevalece sobre a rodovia: o trem fica com 70% do total a ser investido e o caminhão com pouco mais de 30%.

O governo acona com infraestrutura maior, mais moderna, conjugada a um sistema de logística eficiente em todos os setores, como portos, aeroportos, ferrovias e ferrovias. Há problemas a enfrentar em todos eles, claro, pois foram muitas décadas de abandono. Para citar um exemplo: no Brasil, dois terços de toda a carga trafegam pelas rodovias.

Nos EUA, só 38%. As ferrovias respondem por 19,5% da carga transportada no Brasil; nos EUA, esse índice é de 28,7%. A rede ferroviária brasileira, de 29 mil quilômetros, é hoje menor do que foi há 90 anos. Empresas de commodities dizem que há urgência nessas obras. Numa pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral junto a 126 empresas que geram mais de um quarto do PIB brasileiro, a principal sugestão para a redução do custo do frete é a construção de mais ferrovias.

Os economistas têm dificuldades para quantificar o impacto da infraestrutura precária sobre a economia, mas concordam que as limitações na rede de transportes e a saturação dos portos impedem a economia de crescer de modo consistente acima de 4% ao ano, taxa necessária para que o Brasil alcançasse o status de nação desenvolvida. Mas, pelo andar da carruagem e diante de todas as iniciativas tomadas recentemente, é bom que os brasileiros mantenham o foco e o otimismo. O rumo tomado é o da modernidade e solução de problemas.

*Paulo Fontenele é presidente da CAF Brasil, subsidiária da Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, uma das maiores fabricantes de trens de passageiros do mundo.



Democracia: respeito e proteção também para as minorias

A democracia é um sistema de governo que se baseia na vontade da maioria, mas sua essência vai além disso.

Autor: André Naves


O Brasil enfrenta uma crise ética

O Brasil atravessa uma crise ética. É patente a aceitação e banalização da perda dos valores morais evidenciada pelo comportamento dos governantes e pela anestesia da sociedade, em um péssimo exemplo para as futuras gerações.

Autor: Samuel Hanan


Bandejada especial

Montes Claros é uma cidade de características muito peculiares. Para quem chega de fora para morar lá a primeira surpresa vem com a receptividade do seu povo.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves