Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Não temos tempo a perder. A transição precisa começar agora

Não temos tempo a perder. A transição precisa começar agora

12/06/2012 Kit Vaughan

Nosso planeta está em um estado precário. O caminho rumo à sustentabilidade está mais fora do trilho que há 20 anos, quando a primeira conferência das Nações Unidas aconteceu no Rio.

Em 92 já sabíamos quais eram os desafios e soluções e hoje também os conhecemos. O que nos impede de avançar? Não nos falta ciência ou recursos materiais. São os nossos sistemas políticos e econômicos que profundamente falham em cessar a injustiça social, erradicar a pobreza e combater a degradação ambiental.

O que vemos é a falta de vontade política para melhorar a vida de milhões de homens e mulheres que vivem na pobreza e salvaguardar o meio ambiente. Nosso atual e cego modelo de crescimento econômico favorece a prosperidade da minoria que vive nas nações desenvolvidas e que concentra riqueza nos países em desenvolvimento.

Ainda que este sistema tenha retirado comunidades vulneráveis da pobreza, ele falha profundamente em manter milhões de outras em uma condição de pobreza opressora. O atual modelo é também alicerçado na exploração dos recursos naturais e se dá a um custo cada vez mais elevado de destruição dos biomas e da biodiversidade. As disparidades globais de poder e de acesso a recursos, aliadas ao consumo excessivo dos países industrializados, exacerbam as desigualdades socioeconômicas e a degradação ambiental, tanto a nível local (com extração de recursos), quanto global (através dos efeitos das mudanças climáticas).

Chegamos a um nível de degradação ambiental que ameaça reverter os avanços do desenvolvimento e que já limita as opções de desenvolvimento de gerações atuais e futuras.  Mudanças climáticas, perda de biodiversidade e degradação dos ecossistemas minam a saúde do planeta e do capital natural que todos dependemos.

Este capital natural é essencial para as nossas sociedades e economias e especialmente crítico para as populações mais pobres que dependem do seu solo e do acesso à agua para a sua sobrevivência. Este modelo, portanto, que degrada o meio ambiente e perpetua a injustiça social é claramente insustentável. Precisamos de uma mudança radical e de uma transição para um desenvolvimento sustentável, resiliente, e com equidade, que priorize as necessidades dos mais pobres  e  garanta a proteção dos biomas.

Esta transição deve efetivamente endereçar as mudanças climáticas, a segurança alimentar de uma população em crescimento e a equidade de gênero, com foco no aumento da resiliência das comunidades vulneráveis.  Os esforços do caminho de construção de uma sociedade sustentável não pode se dar às custas dos mais pobres ou sob o manto das injustiças sociais. Os líderes mundiais presentes na Rio +20 discutirão os mais graves problemas do planeta e tem a responsabilidade de agir sobre as oportunidades reais para uma efetiva transição para uma economia verde, inclusiva e sustentável.

Ações insuficientes destes líderes não só comprometerão as gerações atuais como as futuras, que herdarão um planeta insustentável. Precisamos pressionar e fazer com que lideranças globais assumam a sua responsabilidade,  ao mesmo tempo em que lhes apontamos oportunidades, apresentando experiências de sucesso e formulando novas ambições e formas de cooperação para a construção de um futuro mais sustentável.

Em jogo está o futuro do nosso único lar e o bem-estar de seu meio ambiente e de seus habitantes. Não temos tempo a perder. A transição precisar começar agora!

Kit Vaughan é coordenador de Advocacy da CARE Internacional para questões de Pobreza, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, integra a delegação da ONG na Rio +20.



Democracia: respeito e proteção também para as minorias

A democracia é um sistema de governo que se baseia na vontade da maioria, mas sua essência vai além disso.

Autor: André Naves


O Brasil enfrenta uma crise ética

O Brasil atravessa uma crise ética. É patente a aceitação e banalização da perda dos valores morais evidenciada pelo comportamento dos governantes e pela anestesia da sociedade, em um péssimo exemplo para as futuras gerações.

Autor: Samuel Hanan


Bandejada especial

Montes Claros é uma cidade de características muito peculiares. Para quem chega de fora para morar lá a primeira surpresa vem com a receptividade do seu povo.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves