Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Novo paradigma para os políticos

Novo paradigma para os políticos

24/12/2017 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Durante muito tempo se acreditou que Maluf jamais pagaria pelos crimes que era acusado.

As prisões de Paulo Maluf e Sergio Cabral e o rosário de acusações que pesam sobre Lula, Aécio Neves e outras destacadas figuras da política nacional, assim como as denúncias de corrupção nos governos do PSDB paulista, colocam à nossa frente um Brasil novo.

Muito diferente daquele país estereotipado onde o governante dizia “ora à lei” e se definia cadeia como lugar para portadores de três pês (pobre, preto e prostituta). Durante muito tempo se acreditou que Maluf jamais pagaria pelos crimes de que era acusado e negava insistentemente.

Não se pensava que Cabral, político da nova geração cuja carreira apontava para a presidência da República, ainda seria preso e contabilizaria penas que somadas chegam a 89 anos e ainda teria mais duas dezenas de processos pendentes.

Também era improvável a possibilidade de que Aécio, neto e herdeiro político de Tancredo, restasse combalido política e judicialmente. Esses acontecimentos e dezenas de outros – notadamente as prisões de parlamentares, ex- ministros e mega-empresários – nos descortina um novo tempo. Os outrora inexpugnáveis domicílios e gabinetes de trabalho de figurões são hoje frequentemente devassados pela Polícia Federal em busca de provas de ilícitos cometidos por seus titulares.

A Lava Jato realizou mais de duas centenas de conduções coercitivas, entre elas a do ex-presidente da República, levado a depor na sala vip do aeroporto de Congonhas. Os novos métodos de atuação chegaram a assustar até os que sempre criticaram a multiplicidade de recursos protelatórios e a impunidade. Parte deles percebeu, na prática, que o Estado Forte não reconhece ninguém e pode pegar também eles próprios e os seus clientes.

Temos hoje a grande batalha – travada nos escaninhos institucionais – entre os que defendem os direitos adquiridos (também classificados como indutores da impunidade) e a nova geração que ousa aplicar os métodos novos e, com eles, coloca às claras muitas falcatruas, acabando por destruir sólidas reputações. A controvérsia é clara e habita até entre os membros do STF (Supremo Tribunal Federal), que divergem entre o antigo e o moderno.

Prova disso são as últimas decisões monocráticas do ministro Gilmar Mendes, que proibiu a condução coercitiva sem prévia intimação, devolveu a mulher de Sérgio Cabral à prisão domiciliar e libertou o ex-governador Anthony Garotinho.

Essas pendências estarão colocadas sobre a mesa dos ministros, para definição, em fevereiro, quando retornarem do recesso. Independente do caminho que as execuções legais tomarem, só o que já aconteceu, serve para mudar radicalmente a vida política do país.

A falência dos métodos dos que nos governaram e representaram politicamente nas últimas décadas determina o surgimento de novos políticos. Eles terão de ter um amplo e irrestrito respeito às leis e aos bons princípios para evitar, no futuro, terem o mesmo destino dos poderosos de ontem. Que venham, pois o Brasil precisa de mudanças...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).



Democracia: respeito e proteção também para as minorias

A democracia é um sistema de governo que se baseia na vontade da maioria, mas sua essência vai além disso.

Autor: André Naves


O Brasil enfrenta uma crise ética

O Brasil atravessa uma crise ética. É patente a aceitação e banalização da perda dos valores morais evidenciada pelo comportamento dos governantes e pela anestesia da sociedade, em um péssimo exemplo para as futuras gerações.

Autor: Samuel Hanan


Bandejada especial

Montes Claros é uma cidade de características muito peculiares. Para quem chega de fora para morar lá a primeira surpresa vem com a receptividade do seu povo.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves