Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O desastre nas pesquisas eleitorais

O desastre nas pesquisas eleitorais

04/10/2022 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Por mais esquisitos que possam parecer, jamais contestarei os resultados das pesquisas eleitorais.

Até porque não disponho de conhecimento técnico para dissecá-las. Mas, a vivência de muitas eleições permite prever um desastre assim que as urnas forem abertas.

O indicativo disso é a diversidade e até o antagonismo entre as conclusões dos diferentes levantamentos de intenção de votos realizados num mesmo tempo e lugar.

Quando muito, apenas um ou dois desses trabalhos coincidirão com a votação apurada, e os demais mergulharão na inconformidade.

A perda da credibilidade poderá levar seus realizadores a terem de mudar de ramo ou até encerrar a atividade. As diferenças são tão gritantes que mudar de nome não será o suficiente para salvar a reputação.

É recorrente a justificativa de que pesquisa é o “retrato” de como está o pensamento do eleitor no momento da consulta. O álibi tem socorrido as empresas pesquisadoras errantes.

Já vimos pesquisa que apontava a vitória de um candidato por uma margem de 10% e este perdeu por 10%. A diferença foi de 20%. Injustificável.

As pesquisas colocadas a público na atual campanha mais se parecem propaganda disfarçada do candidato preferido da pesquisadora ou supostamente pagador dos custos do trabalho.

Os números apresentados podem ser o combustível das tentativas de obtenção do tal voto útil, explorado pelos propagandistas dos candidatos aos diferentes postos em disputa, que tentam arrebatar os potenciais votos dos concorrentes apresentados como inviáveis. Uma terrível mistificação, se confirmada.

Penso que a grande utilidade das consultas de tendência do eleitorado está dentro e não fora das campanhas. Sabendo como o candidato está na intenção dos votantes, seus marqueteiros podem corrigir o curso da propaganda e das ações e com isso sensibilizar maior número de votantes.

Para isso, os números têm de ser os mais confiáveis possíveis, o contrário do que parece estar ocorrendo ao no âmbito do material ultimamente divulgado ao grande público.

Apesar de terem regras a cumprir, as consultas eleitorais aparecem em descrédito crescente a cada pleito que se realiza.

Pior só mesmo os levantamentos de audiência de rádio e tv que no passado atribuíam 70, 80 e até 90% de audiência a determinadas emissoras, mas não acusavam que a maioria dos receptores da região pesquisada estava desligada.

Para evitar ser mal influenciado, o eleitor deve praticar o voto consciente. Buscar as informações sobre os candidatos a que está propenso a votar e só depois de saber o que fizeram ou deixaram de fazer, decidir o número de quem deverá digitar na urna da Justiça Eleitoral.

Pesquisas supostamente manipuladas e marqueteiros regiamente pagos não têm compromisso com a verdade. Por isso é que o eleitor, no próprio interesse e no da sociedade, deve fazer da verdade o instrumento e a razão do seu voto. Vote com consciência para não se arrepender.

Além da eleição – fato principal desse 2 de outubro – teremos a consequência subsidiária, também de grande importância, especialmente para a indústria, o comércio, o mercado imobiliário, os veículos de comunicação e os outros setores que consomem pesquisas para lançar e alavancar seus produtos.

Ao confrontar o que disseram os institutos e empresas pesquisadoras, essa seleta clientela terá a verdadeira noção sobre a competência e confiabilidade desses prestadores de serviços. Os que errarem por larga margem tendem a enfrentar grandes dificuldades.

Detalhe significativo: pelo que fizeram, a sorte está lançada pois não há mais tempo para reverter informes inconsistentes e a pesquisa boca de urna, realizada no dia das eleições, independente do resultado, não tem força capaz de melhorar a avaliação dos seus realizadores...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre pesquisas eleitorais clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!



Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula