O papel da transformação digital na aceleração da sustentabilidade industrial
O papel da transformação digital na aceleração da sustentabilidade industrial
Além de marcar o início de uma nova década, 2021 representa uma virada significativa para indústrias em diversos setores em todo o mundo, e que começou com a crise global mais significativa em uma geração.
No entanto, apesar da aparente turbulência econômica causada pela pandemia, as empresas estão mais comprometidas do que nunca em resistir à tempestade e sair do outro lado com aspirações recém-descobertas para lidar com os problemas globais do dia.
Embora 2020 tenha sido o ano mais desafiador já registrado para a maioria das empresas, o esforço para se adaptar rapidamente ao 'novo normal' em constante mudança, as levou a aceleraram suas estratégias de transformação digital e, ao fazê-lo, abriram um mundo de possibilidades em relação à sua abordagem a mudanças climáticas, circularidade e energias renováveis, mas também em relação a transparência e a rastreabilidade das cadeias de abastecimento.
Para construir um mundo mais sustentável para todos, cada empresa deve fazer sua parte. As Nações Unidas apelidaram isso de Década de Ação, conclamando empresas e governos em todo o mundo a fazerem sua parte para cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.
Nos últimos anos, começamos a ver essa narrativa influenciar os líderes da indústria em uma abordagem mais orientada para a sustentabilidade.
Na verdade, os CEOs de 2023 - ou 2026 - serão incrivelmente impopulares se continuarem a perpetuar o que alguns chamam de tática de "atraso deliberado", sem uma agenda de sustentabilidade para defender.
Com instituições como a ONU trabalhando duro para aumentar a conscientização, e as questões ambientais sendo agora prioridade para o público, as organizações estão ampliando suas ambições de sustentabilidade. O próximo desafio consiste em transformar isso em ação, e é aí que entra a tecnologia.
Revelando o potencial oculto
Como qualquer líder empresarial pode confirmar, para que uma organização ultrapasse seus concorrentes, ela deve encontrar novas eficiências operacionais.
Isso é feito por meio da aquisição de insights e da simplificação de suas operações para economizar tempo e custos. Mas e se os parâmetros mudassem?
Em vez de coletar dados com a intenção de simplesmente tornar as coisas mais rápidas, o que aconteceria se as organizações começassem a coletar dados para tornar as coisas mais rápidas e sustentáveis?
Ao incorporar a sustentabilidade a suas próprias estruturas de KPI, as empresas começam a mudar o dial e trazer um impacto material real ao meio ambiente, bem como melhorar seus resultados financeiros.
Enquanto setores como varejo e financeiro já estão bastante maduros digitalmente e bem versados no uso de dados para impulsionar a otimização, as organizações industriais estão apenas engatinhando.
Veja o caso da National Grid, por exemplo. Por meio da combinação de energia eólica, solar e nuclear, a empresa britânica está comprometida em fornecer a seus clientes energia de baixo carbono a preços acessíveis.
Em 2019, as fontes renováveis forneceram 49% da eletricidade da Grã-Bretanha, em comparação aos 43% gerados a partir de combustíveis fósseis.
A dependência de energias renováveis poderia ser maior, mas a National Grid enfrenta o desafio único de ter que lidar com um fornecimento notoriamente intermitente de energia eólica e solar.
Trata-se de equilíbrio delicado em que há uma sobreposição direta entre o serviço da empresa e suas metas de sustentabilidade.
Quando a National Grid começou a utilizar as soluções da AVEVA, a empresa ganhou acesso a uma tecnologia que lhe possibilita processar 1,2 milhão de pontos de dados em tempo real para atingir esse equilíbrio de forma mais eficaz.
Ao otimizar o tráfego de energia em tempo real, a National Grid pode atender melhor seus clientes e, ao mesmo tempo, diminuir sua dependência de combustíveis fósseis.
Uma década de mudança
Não há razão para que o lucro e o princípio não possam andar de mãos dadas. Tal como acontece com a National Grid, é perfeitamente possível que as empresas cresçam e aumentem os lucros, ao mesmo tempo em que ajudam a impulsionar a agenda de sustentabilidade.
Neste contexto, o Pacto Global da ONU representa um novo movimento que traz essa ideia em seu cerne.
Trata-se da maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo - é apoiada por mais de 12.000 empresas globalmente, incluindo a AVEVA - e seu objetivo é garantir os compromissos de sustentabilidade de CEOs e outros líderes de negócios em sua busca por um futuro mais sustentável.
* Craig Hayman é CEO da AVEVA.
Fonte: GP Comunicação