Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O processo sucessório nas empresas familiares

O processo sucessório nas empresas familiares

19/12/2011 Paulo Lucena de Menezes

A globalização e o atual dinamismo do mundo dos negócios são apenas alguns dos inúmeros desafios que se impõem às empresas familiares brasileiras, principalmente quando considerado o pífio ciclo de vida médio de tais companhias.

Nesse particular, as dificuldades vivenciadas no processo sucessório, que ainda são marcadas pela não preponderância da meritocracia e a ausência de planejamento (vale dizer, pelo improviso), justificam e permitem antever os litígios entre sócios que se acumulam nos tribunais. A realidade existente é triste e acoberta custos e reflexos que apenas excepcionalmente são estudados em profundidade. Sob uma determinada perspectiva, porém, é inegável que nas últimas décadas inúmeros estudos foram elaborados com o intuito de revelar e compreender dados e comportamentos fundamentais, bem como de propor soluções que possam evitar o malogro do fruto do trabalho de muitos empreendedores notáveis. Os reflexos de tais iniciativas são visíveis e se espelham em diversas experiências que vão se tornando cada vez mais frequentes (práticas de governança corporativa, instituição de conselhos de família, adoção de métodos de gerência mista etc.).

Curiosamente, a relevância do fator jurídico nessa seara quase sempre fica restrita aos profissionais da área. É como se o mundo jurídico não se comunicasse com outros campos do saber. A rigor, mesmo nas exceções, raramente é identificado claramente o real propósito do operador do Direito nessas operações. Não é de se admirar. A refinada discussão sobre o papel que os advogados empresariais desempenham no mundo corporativo, que tantos debates gerou no meio acadêmico norte-americano (inclusive à luz de noções econômicas, convém destacar), ainda é pouca explorada por aqui. No entanto, a prevenção de conflitos entre sócios, incluindo-se os herdeiros – o que é fundamental para a perpetuação de empresas familiares – é um tema eminentemente jurídico, ainda que multidisciplinar (notadamente societário, civil e tributário). Por mais que outras ciências possam auxiliar na elucidação de questões relevantes, a efetividade dos instrumentos adotados depende substancialmente da estrutura jurídica que for concebida.

Questões como a escolha do tipo societário ou das cláusulas inseridas nos estatutos sociais, que costumam ser negligenciadas nas empresas incipientes, passam a ter claro significado nas sociedades bem-sucedidas que pretendem preservar não apenas a convivência pacífica entre os sócios, mas a própria continuidade das atividades empresariais.  Acrescem-se os inúmeros recursos disponíveis, como os acordos de sócios, os testamentos, as sociedades holdings, que asseguram que a instituição de regras valiosas possa ser válida e aplicável. Em suma, o planejamento sucessório busca antecipar possíveis problemas, o que pode implicar em um processo doloroso, na medida em que exige reflexão sobre valores e pontos cruciais da vida dos empresários. Mas certamente é um processo menos desgastante do aquele que costuma advir da postergação de tais decisões.

* Paulo Lucena de Menezes é advogado, é Doutor e Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e pós-graduado em Direito Tributário Internacional pela Harvard Law School.



Democracia: respeito e proteção também para as minorias

A democracia é um sistema de governo que se baseia na vontade da maioria, mas sua essência vai além disso.

Autor: André Naves


O Brasil enfrenta uma crise ética

O Brasil atravessa uma crise ética. É patente a aceitação e banalização da perda dos valores morais evidenciada pelo comportamento dos governantes e pela anestesia da sociedade, em um péssimo exemplo para as futuras gerações.

Autor: Samuel Hanan


Bandejada especial

Montes Claros é uma cidade de características muito peculiares. Para quem chega de fora para morar lá a primeira surpresa vem com a receptividade do seu povo.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves