Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Olimpíadas em Tóquio: para quem será o pódio?

Olimpíadas em Tóquio: para quem será o pódio?

23/07/2021 Petrônio Souza

Esporte é saúde. A realização das Olimpíadas em Tóquio neste momento, um equívoco. Esporte é conjunto, duelo, parceria, não distanciamento.

Não haverá a tão sonhada e desejada confraternização entre os povos, apenas o confronto solitário entre adversários, a protocolar premiação.

Um palco de dimensões mundiais, reduzido à disputa pontual. Um despropósito. É o peso da grana e dos contratos destruindo as coisas belas, sem as cores, abraços, gritos, gestos, festejos e afagos de outras primaveras. Uma pena!

Secular em sua fase moderna, as Olimpíadas foram criadas na Grécia Antiga, com a proposta de celebrar e exaltar os deuses, tendo como ponto final as limitações do homem.

A constatação de como são pequenos os mortais, diante dos feitos e possibilidades divinos. Era uma forma muito sofisticada e sutil de o estado dizer que era bem maior que o cidadão. Nessa época, esportistas eram vistos como heróis e imortalizados em fábulas e poemas.

Se no início as Olimpíadas evidenciavam a limitação física do homem, agora elas revelam a ilimitada ganância e obsessão humanas. E essas não têm fim, nacionalidade ou consideração ao próximo.

Vale lembrar que o povo japonês se manifestou contrário à realização do evento em seu país durante a pandemia mundial do novo coronavírus, com 70% da população se declarando contra.

O que ocorre no Japão hoje não é uma recepção, uma confraternização planetária, mas sim uma grande invasão, com reflexos e estranhamentos nas ruas, desvirtuando o sentimento e o sentido original das Olimpíadas.

Para agravar ainda mais o desrespeito ao povo japonês, o Comitê Olímpico Internacional - COI, realizador do evento, diante dos protestos, justificou a realização das Olimpíadas declarando que “não estamos indo para Tóquio, mas para as Olimpíadas”.

Diante dessas arbitrariedades, indago: Qual será o legado dessa edição dos jogos olímpicos para a história das Olimpíadas? Esporte é vida, não morte. Esporte é superação, não afronta.

Me parece claro que os jogos olímpicos no Japão sairão memores dessa edição fora de hora. Prova disso são os protestos realizados em Tóquio, onde se vê a bandeira olímpica, símbolo maior dos jogos, sendo estigmatizada.

Nos protestos, os cinco anéis entrelaçados harmoniosamente na bandeira oficial, cada um com uma cor, simbolizando os continentes do planeta, foram pintados com a imagem do coronavírus, jogando no lixo uma marca criada e consolida mundialmente ao longo das décadas.

Enquanto isso, sem falar um idioma sequer, sem levantar peso, correr a passos largos ou nadar, um vírus invisível e acéfalo evolui solitário, vencendo calado o maior e o mais forte dos mortais.

E ele não subirá ao pódio e nem será homenageado, apenas descerá calado ao fundo escuro da ‘frialdade inorgânica da terra’.

* Petrônio Souza é jornalista e escritor.

Para mais informações sobre Olimpíadas clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento