Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Petrobras: as causas e efeitos de seus erros de gestão

Petrobras: as causas e efeitos de seus erros de gestão

13/08/2014 Airton Cicchetto

Uma empresa que consegue atender às expectativas de todos os seus interessados (stakeholders) e também manter-se no mercado é, pode-se dizer, uma empresa de sucesso.

Com base nesta afirmativa, pode-se concluir, que as empresas trabalham para satisfazer seus stakeholders e perpetuar-se. Estes devem ser seus objetivos. Esta não é uma tarefa fácil, pois os tais stakeholders tem expectativas naturais e válidas, cujo atendimento, necessita e concorre pelo mesmo recurso da empresa.

Os acionistas e os financiadores esperam que a empresa gere valor e traga retorno adequado aos seus investimentos. Clientes esperam que a empresa tenha produtos de vanguarda, confiáveis e de baixo preço. Fornecedores desejam que a empresa compre seus produtos e serviços pagando em dia e a preços adequados. Já o governo, as comunidades e os sindicatos esperam (deveriam esperar apenas) que a empresa ofereça boas condições de trabalho, gere empregos honestos e duradouros, pague seus impostos e taxas em dia e minimize o uso da infraestrutura pública.

Os empregados esperam que a empresa lhes proporcione um ambiente de trabalho estimulante e promissor, com remuneração adequada e oportunidades de crescimento profissional. Daí decorre que, satisfazer ao mesmo tempo as pretensões dos diferentes interessados, requer capital, requer que a empresa tenha liquidez, isto é, dinheiro. Assim, dinheiro gerado por suas operações é o recurso que pode viabilizar o atendimento aos stakeholders. Pode-se ainda entender que os próprios stakeholders não ajudam, ao contrário.

No seu íntimo interesse, com suas exigências, eles minam os recursos da empresa. Para protegê-la é preciso haver equilíbrio na gestão e no atendimento às diversas partes interessadas. Cabe a direção executiva promover este equilíbrio e nos casos em que ela é incapaz de fazê-lo, devem entrar em ação instâncias superiores, os órgãos da lei e agências reguladoras. No caso da Petrobras, o governo é um stakeholder muito poderoso e autoritário, que consegue influenciar e manipular as ações em seu próprio interesse, afetando o equilíbrio da gestão.

No caso, a direção executiva da empresa subordina-se ao governo e como resultado a sociedade, perplexa, recebe pelo noticiário os efeitos desastrosos desta perversa influência: a catástrofe de Pasadena, o financiamento bilionário de partidos políticos, a incapacidade de investir, a perda de valor de mercado, a queda nos lucros, o prejuízo aos milhares de acionistas minoritários e a outros grupos de stakeholders. Estes são os efeitos.

E qual seria a causa? A causa não é de caráter ideológico, mas sim técnico. Na gestão das organizações não pode haver desequilíbrio de forças, portanto, um sócio forte, poderoso, autoritário e pretensioso como o governo não deve, jamais, participar da gestão. Trata-se de uma condição primordial para garantir os princípios da boa governança, que são a transparência, a equidade, a prestação de contas e a responsabilidade, com o objetivo de assegurar a continuidade sustentada da organização e o atendimento aos interesses naturais e válidos de seus stakeholders.

E, sendo assim, uma questão puramente técnica, não convém dar palavra a ideólogos de viés estatizante. Os efeitos na Petrobras estão aí, visíveis, para embasar o argumento.

*Airton Cicchetto é engenheiro, mestre em administração de empresas e idealizador do modelo SCG - Simples Complexo Gerencial - Simplificando a Gestão.



A importância do financiamento à exportação de bens e serviços

Observamos uma menor participação das exportações de bens manufaturados na balança comercial brasileira, atualmente em torno de 30%.

Autor: Patrícia Gomes


Empreendedor social: investindo no futuro com propósito

Nos últimos anos, temos testemunhado um movimento crescente de empreendedores que não apenas buscam o sucesso financeiro, mas também têm um compromisso profundo com a mudança social.

Autor: Gerardo Wisosky


Novas formas de trabalho no contexto da retomada de produtividade

Por mais de três anos, desde o surgimento da pandemia em escala mundial, os líderes empresariais têm trabalhado para entender qual o melhor regime de trabalho.

Autor: Leonardo Meneses


Desafios da gestão em um mundo em transformação

À medida que um novo ano se inicia, somos confrontados com uma miríade de oportunidades e desafios, delineando um cenário dinâmico para os meses à frente.

Autor: Maurício Vinhão


Desumanização geral

As condições gerais de vida apertam. A humanidade vem, há longo tempo, agindo de forma individualista.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O xadrez das eleições: janela partidária permite troca de partidos até 5 de abril

Os vereadores e vereadoras de todo país que desejam trocar de partido têm até dia 5 de abril para realizar a nova filiação.

Autor: Wilson Pedroso


Vale a renúncia?

Diversos setores da economia ficaram surpresos com um anúncio vindo de uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale.

Autor: Carlos Gomes


STF versus Congresso Nacional

Descriminalização do uso de drogas.

Autor: Bady Curi Neto


O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A Stellantis é rica, gigante, e a Stellantis South America, domina o mercado automobilístico na linha abaixo da Linha do Equador.

Autor: Marcos Villela Hochreiter

O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A verdade sobre a tributação no Brasil

O Brasil cobra de todos os contribuintes (pessoas físicas e jurídicas) sediados no território nacional, cerca de 33,71% do valor de todos os bens e serviços produzidos no país.

Autor: Samuel Hanan


Bom senso intuitivo

Os governantes, em geral, são desmazelados com o dinheiro e as contas. Falta responsabilidade na gestão financeira pública.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


População da Baixada quer continuidade da Operação Verão

No palanque armado na Praça das Bandeiras (Praia do Gonzaga), a população de Santos manifestou-se, no último sábado, pela continuidade da Operação Verão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves