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Planned Parenthood e a agressão aos direitos naturais

Planned Parenthood e a agressão aos direitos naturais

13/08/2015 Jefferson Viana

A Planned Parenthood é uma instituição surgida nos Estados Unidos no ano de 1916 pela ativista do controle de natalidade Margaret Sanger.

A instituição surgiu com o intuito de realizar o controle populacional nos Estados Unidos, principalmente da população negra do país, a partir da criação de uma clínica de abortos no barro do Harlem, na cidade de Nova Iorque, marcado pela população afrodescendente.

Sanger fazia parte do partido local “New York Socialists” por influência de seu primeiro marido, William Sanger. A ativista era simpática ao ideário da Ku Klux Klan, instituição americana que surgiu no pós-guerra de secessão (1861-1865) na região sul dos Estados Unidos, que prega o extermínio da população negra, a ponto de Margaret Sanger realizar uma palestra para membros da instituição no ano de 1926, em New Jersey.

O método pregado pela americana era inspirado no infanticídio feminino realizado em países asiáticos, método assimilado por Sanger ao conhecer Shidzue Kato (1897-2001), militante japonesa pelo controle populacional que foi deputada no parlamento japonês pelo Partido Socialista Japonês.

Margaret Sanger argumentava que os abortos deveriam ser feitos, pois deveria ser respeitado o direito de liberdade feminina, e que a mulher deveria prevenir a concepção caso não pudesse dar as melhores condições de afeto ao filho.

Parece lindo o discurso de Sanger, como o de todos os defensores do socialismo, mas não é. Esse discurso não é nada mais que o discurso eugenista, teoria social que busca impedir a miscigenação, buscando uma “melhora qualitativa” na vida da população mundial, para alcançar uma “pureza racial”.

O mesmo ideário de Adolf Hitler, ditador nazista que governou a Alemanha durante 1933 e 1945. A Planned Parenthood surge no momento em que a teoria da eugenia negativa tinha o seu apogeu, com o milionário do ramo do petróleo e fundador da Standard Oil John Rockfeller financiando estudos de eugenia nas principais universidades norte-americanas e Charles Davenport criando o Eugenics Record Office em 1909.

E a Planned Parenthood também recebeu – e ainda recebe – grandes quantias da família Rockfeller. E a instituição também é conhecida pelo apoio histórico ao Partido Democrata, a ponto de comerciais da Planned Parenthood em 2012 fazerem uma campanha antirrepublicana, atacando o então candidato Mitt Romney edeclarando apoio ao candidato à reeleição pelos democratas, Barack Obama.

As clínicas da instituição majoritariamente localizam-se em bairros pobres, indicando o propósito da PP, como a ONG também é conhecida: exterminar a população negra e pobre dos Estados Unidos, usando a máscara da paternidade planejada para agir com o seu eugenismo.

No livro “Plano Para a Paz”, publicado em 1932, Margaret Sanger despeja todo o seu preconceito e propõe que o governo americano criasse um departamento para, segundo ela proteger os Estados Unidos da imigração de certos estrangeiros cuja condição seja reconhecidamente prejudicial à força da raça, tais como retardados mentais e disléxicos, idiotas, lentos, loucos, portadores de sífilis, epiléticos, criminosos, prostitutas profissionais e outros nesta classe barrados pela lei de imigração de 1924.

E Sanger ainda propõe no livro que se aplique uma estrita e rígida política de esterilização e segregação àquele grau da população cuja prole já seja manchada por algum defeito ou cujas características genéticas passadas de pai para filho sejam tais que traços censuráveis possam ser transmitidos aos descendentes.

E por sua ligação com a Ku Klux Klan, dava-se para imaginar quem eram os alvos dessa política. A organização tem um histórico de polêmicas desde a sua fundação como, por exemplo, o acontecimento de abortos seletivos em clínicas da Planned Parenthood em caso do feto ser do sexo feminino; o “apoio” a garotas de programa estrangeiras e menores de idade; o lobby feito a Casa Branca, deputados e senadores desde a eleição de Obama em 2008, que contou com a volta do financiamento do Departamento de Saúde Federal dos Estados Unidos aà instituição – George W. Bush retirou o financiamento público que a PP recebia do Governo Federal americano entre 2000 e 2008 – e o caso mais recente e mais estarrecedor: a venda de tecidos humanos de fetos abortados, descoberto recentemente.

Em três vídeos gravados pela ONG pró-vida Life Action e pelo Centro de Progresso Médico dos Estados Unidos, é mostrada a crueldade das ações da PP: no primeiro, dois atores contratados pelas duas ONGs conversam com a diretora executiva da Planned Parenthood, Dra. Deborah Nucatola sobre a venda de tecidos de fetos abortados, e a médica assegura na gravação que ”nós (a PP) somos muito bons em conseguir corações, pulmões e fígados (órgãos mais solicitados) porque sabemos como fazê-lo: se eu não quiser esmagar essa parte, eu vou esmagar mais embaixo ou em cima e ver se eu posso obter tudo intacto”; na segunda gravação, a Dra. Savita Gande, responsável pela clínica da Planned Parenthood em Denver, afirma, no departamento de patologia para onde os corpos de bebês são trazidos após o aborto, que o pagamento por órgão removido será o mais benéfico para a Planned Parenthood: Gande afirma no vídeo que “eu acho que uma coisa por item funciona um pouco melhor, já que assim podemos ver o quanto podemos lucrar com isso.” ; e na terceira gravação, a Dra. Katherine Sheehan, diretora médica emérita da instituição do Sudoeste do Pacífico, no estado de San Diego, descreve o relacionamento de longa data de sua unidade da PP com a Advanced Bioscience Resources, uma empresa intermediária que fornece órgãos de bebês abortados desde 1989.

Sheehan afirma que “nós (a Planned Parenthood) os estamos usando por mais de 10 anos, realmente um longo tempo, você sabe, e acabamos de fazer uma espécie de renegociação do contrato. Eles estão fazendo as grandes coletas em nível de governo e coisas do tipo.”.

David Aleiden, líder de projeto do Centro para o Progresso Médico, que divulgou os três vídeos, disse ao site LifeNews.com: “A venda de partes dos bebês abortados pela Planned Parenthood é uma realidade ofensiva e horrível. O trabalho de jornalismo investigativo do Centro para o Progresso Médico vai continuar a vir à tona com relatos de testemunhas ainda mais convincentes e provas de fonte primária de tráfico e venda de partes de bebês pela Planned Parenthood para a obtenção de lucro. Tem de haver uma moratória imediata sobre o financiamento do pagador de impostos para a Planned Parenthood, enquanto o Congresso e os estados averiguam a extensão da violação da lei pela organização.”

A reação liberal ao caso Planned Parenthodd não é a de ser contra condenação do lucro da venda desses órgãos, mas sim a ética de mercado, ao uso do dinheiro para financiamento de toda uma agenda socialista em segundo plano e ao respeito à teoria dos direitos naturais, proposta pelo pensador liberal John Locke.

Locke afirma nessa teoria que um liberal deve observar três aspectos por essência: a liberdade individual, o respeito à propriedade privada e o respeito à vida. E esse caso ataca todos os aspectos: impede a liberdade individual do nascituro no pós-formação mental; desrespeita a vida, pois o aborto é uma modalidade de homicídio doloso com o agravante de que o feto não tem como se defender da ação abortiva; e ataca o direito de propriedade da própria vida do feto.

A Planned Parenthood representa um exemplo concreto da degradação feita pelo Partido Democrata, tão citada por Friderich August von Hayek no artigo ”Por que não sou um Conservador?”, onde Hayek mostra como os socialistas apropriaram-se do termo “liberal” nos Estados Unidos.

Previsivelmente, os executivos e médicos da PP sofrerão consequências políticas como, por exemplo, o fim do financiamento público à ONG, e também consequências legais, como prisões, processo em tribunais, pagamentos de indenizações e acusações penais.

Compreensivelmente, os dirigentes da Planned Parenthood começam a entrar em estado de negação, como mostra o jornalista Felipe Moura Brasil em sua coluna na revista Veja. E finalmente se poderá realizar o reconhecimento definitivo de que a fundadora da instituição, Margaret Sanger, atualmente celebrada por ser uma das primeiras líderes do movimento feminista e defensora do sufrágio universal, merece ser jogada ao limbo da História por seus planos de eugenismo e por sua militância na Ku Klux Klan.

Pois não é uma mera coincidência que cerca de 75% das clínicas da Planned Parenthood estejam localizadas em áreas majoritariamente habitadas por minorias étnicas, pobres e afrodescendentes.

* Jefferson Viana é estudante de História da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.



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