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Politicamente Correto

Politicamente Correto

17/11/2015 Bady Curi Neto

Estamos tornando uma sociedade em que as pessoas têm deixado de se manifestar ou ter opiniões próprias a favor do Politicamente Correto.

O medo de ser estigmatizado como racista, homofóbico e mesmo “bulinista” tem nos levado reprimir, mesmo que inconsciente, nossas verdadeiras opiniões, nos tornando alvo de nós mesmos, de uma censura à nossa liberdade de expressão.

Nasci em uma época que era saudável brincar na rua e jogar pelada em lotes vagos com as mais diferentes classes sociais, sem nenhum preconceito. Não se via a cor (a descendência afro ou não) de seu amigo, éramos todos iguais, éramos crianças.

O colega de óculos era chamado de quatro olhos, o escurinho bom de bola tinha orgulho de ser chamado de Pelé, o mais alto de Girafa e eu, devido aos quilos a mais, de gordo, e, isto não se consubstanciava em “bulling” era apenas um simples apelido.

Aos domingos víamos os Trapalhões com suas piadas inocentes entre Didi e Mussum, ouvíamos Luiz Caldas com a música “Nega do Cabelo Duro”, assistimos Jô Soares com seu personagem Capitão Gay, líamos Monteiro Lobato nas escolas.

Será que éramos “bulinistas”, racistas, homofóbicos? Será que ao invés de crianças inocentes, com as peripécias da idade, éramos verdadeiros delinquentes juvenis? Acredito que não, éramos crianças sem o preconceito dos adultos com suas contextualizações massificadas do certo e do errado.

Hoje tudo mudou, a ministra da Igualdade Racial quis banir das escolas obras de Monteiro Lobato por entender racistas. As brincadeiras de Renato Aragão com Mussum seriam censuradas, o Capitão Gay seria defenestrado.

Lado outro da moeda é que estamos nos tornando fruto de uma consciência coletiva cada vez mais obrigatória às nossas próprias opiniões, em nome do Politicamente Correto. A massificação de pensamentos que nos sãos impostas tem como consequência apequenar nosso senso crítico, o raciocínio, as ideias, o poder de divergir que, na essência, é o que difere o ser humano dos demais animais ditos irracionais.

Utiliza-se, a todo instante, o sufixo “fobia”, deixando toda a fala contrária aquela corrente como inadequada, grosseira e preconceituosa. Está cada vez mais presente a música de Zé Ramalho: “Ê vida de gado, povo marcado, povo feliz...”, como se o berrante do vaqueiro soasse a voz do Politicamente Correto e a multidão tivesse que acompanhá-lo.

É de se notar a banalização do raciocínio. Se alguém, por convicção jurídica ou religiosa, é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, é imediatamente taxado como homofóbico. Se for contra a distribuição do Kit gay nas escolas é preconceituoso. Se por ideologia política é favorável ao Partido dos Trabalhadores é por que é ladrão.

Se gosta de músicas como a “Nega do cabelo duro” deve ser racista. Qualquer debate, por mais respeitoso que seja, que vá a confronto com tantas “fobias” criadas, se torna odioso.

O campo das ideias, da dialética, do livre pensar, dá lugar a corrente do Politicamente Correto em detrimento da liberdade de expressão individual. Não precisamos de tantas “fobias” para acabar com o preconceito, mas de urbanidade, civilidade e respeito ao próximo e à diversidade de opiniões.

* Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).



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