População da Baixada quer continuidade da Operação Verão
População da Baixada quer continuidade da Operação Verão
No palanque armado na Praça das Bandeiras (Praia do Gonzaga), a população de Santos manifestou-se, no último sábado, pela continuidade da Operação Verão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
A reivindicação é que esse esquema especial de policiamento não fique restrito ao período em que a Baixada Santista recebe grande número de turistas.
Isso porque os problemas de segurança são permanentes e colocam em risco a integridade dos cidadãos em todas as épocas do ano.
A região vem sendo densamente patrulhada – inclusive a cúpula da Segurança Pública do Estado ali esteve instalada por 13 dias - e os resultados desse trabalho são positivos, segundo os relatórios oficiais.
Iniciada em dezembro - em apoio ao fluxo turístico - a Operação Verão prosseguiu após as mortes do PM Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos, ocorridas em 2 e 7 de fevereiro, quando patrulhavam a área e foram abatidos em confrontos com criminosos.
Desde 18 de dezembro, quando começou a primeira fase, o trabalho resultou na prisão de 876 criminosos, 334 dos quais procurados pela Justiça.
Foram retirados de circulação 616,2 quilos de drogas e 90 armas ilegais, parte delas de uso restrito às forças militares e policiais. Trinta e nove criminosos pereceram em confrontos.
A Baixada Santista é impactada pela ação do crime organizado – especialmente o tráfico de drogas embarcadas clandestinamente em navios que circulam pelo porto de Santos (o maior do País) e a presença dos agentes do crime potencializa o tráfico e o consumo das substâncias nas cidades, especialmente em seus guetos.
Para se sustentar, o crime organizado realiza ações secundárias, que também comprometem a segurança da população.
O governador Tarcisio de Freitas e o secretário da Segurança Pública, capitão Derrite, optaram pelo enfrentamento dos esquemas criminosos, cujo objetivo é sufocar a atividade ilegal e liberar a população dos riscos.
Fizeram tudo às claras, transferindo a direção da SSP e operar na área, tudo com o conhecime nto pleno do Ministério Público, Correfedorias e Defensorias. “Estamos realizando o nosso trabalho com transparência e conhecimento dos órgãos de controle” – disse o governador.
Manifestantes presentes à Praça das Bandeiras falaram da necessidade da operação policial prosseguir, ao mesmo tempo em que contestaram os que tentam politizar a atividade e denunciam violência, letalidade policial e operações supostamente ilegais.
O comandante-geral da Polícia Militar, cel. Cassio Araújo de Freitas, presente ao ato público, disse que os indicadores criminais estão diminuindo na região.
Destacou que a Polícia Militar é tradicional em apurar as denúncias que recebe e punir aqueles que tenham cometido excesso: “Nós temos apurado tudo o que chega, mas muito do que é falado, simplesmente é falado” - enfatizou.
A Segurança Pública é um dos setores mais sensíveis do governo e da sociedade. Tornou-se habitual – durante muito tempo – o trabalho policial sofrer críticas e contestações de setores comprometidos com o crime ou, pasmem, de segmentos que criticam na esperança de obter rendimento polítco, eleitoral e até ideológico.
A postura de Tarcisio, Derrite e seus auxiliares – de agir conforme determina a lei e fazer tudo com o conhecimento dos órgãos de fiscalização e controle, tende a ampliar a eficiência da ação policial e a servir melhor à sociedade.
O policial precisa ter – e normalmente tem – conhecimento do que deve realizar no seu trabalho e a certeza de que, se extrapolar, poderá ter problemas.
Da mesma forma, os órgãos de fiscalização – independente de questões políticas ou ideológicas de quem os dirige – só poderão denunciar quando tiverem fatos devidamente apurados.
Os que falam sem embasamento ou ao sabor dos próprios interesses, tendem a amargar o descrédito. Segurança é coisa séria e jamais poderá ser tratada à luz de interesses subalternos e nem quedar-se aos interesses criminosos.
* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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