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Por que a direita se esconde?

Por que a direita se esconde?

27/02/2010 Fábio P. Doyle

No Brasil só existem partidos de esquerda, ou que se dizem de esquerda. Todos os candidatos à presidência têm ou tiveram ligações estreitas com o esquerdismo. Aécio seria a exceção, mas não deverá ser ainda desta vez.

QUE TAL a criação de um partido de direita no Brasil? A sugestão, válida e oportuna, foi dada pelo jornalista Merval Pereira, em comentário feito no Jornal das 10 da Globo News.

LÓGICO que Merval, um correto jornalista político, não leu o que escrevi aqui, neste blog mineiro, no dia 19 de janeiro. Quem sou eu para tê-lo como leitor. Acontece que meu tema foi exatamente o que ele abordou na sua análise, ou seja, no Brasil só existem hoje partidos de esquerda, ou que se apresentam assim.

NO comentário que fiz no meu blog, que levou o título "Só Aécio poderia enterrar 1964", comentei que depois dos governos dos generais, e de um rápido intervalo que seria de Tancredo, mas foi de José Sarney, "o grupo chamado nem sempre corretamente de "esquerda"assumiu de vez". E acrescentei: "Alguns, mais liberais, como Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, outros, como o formado pelo PT e companhia, em torno de um presidente que raramente se posiciona com nitidez, mais radicais, em alguns episódios, até em excesso".

NA verdade, José Serra e Dilma Rousseff, que lideram as pesquisas para presidente, são oriundos de agrupamentos políticos chamados de progressistas, por sustentarem teses socialistas, no caso de Dilma chegando a posicionamentos mais radiciais, que incluiram, no passado, até guerrilha armada. Mesmo os que se situam em posições menos destacadas nas pesquisas, como Ciro Gomes e a simpática e autêntica Marina Silva, só cabem naquela classificação de progressistas, quando não se quer dizer diretamente esquerdistas.

ONDE está a direita brasileira, pergunto eu, e perguntou Merval? Ela tentou mostrar sua cara pálida no PFL, depois no DEM, mas procurando evitar uma fotografia mais nítida. E agora, envolvida em tantos problemas, como os do governo de Brasília, é que não irá assumir mesmo, se é que algum dia pensou em assumir. O que é estranho. Afinal, ser de direita, ou centro-direita, ou conservador, ou liberal, não é vergonha para ninguém, apenas uma posição ideológica, como as outras. E quem pode afirmar que a maioria da população não seria também majoritariamente conservadora, liberal, de centro, ou de centro-direita? Milton Campos, Pedro Aleixo, Juscelino Kubitschek, Aureliano Chaves, para citar apenas os que já não estão mais aqui, grandes líderes políticos de Minas e do Brasil de um passado que só deixou bons exemplos, eram assumidamente democratas, liberais, conservadores.

NO meu comentário, conclui que o governador de Minas, Aécio Neves Cunha, se fosse candidato à sucessão de Lula da Silva, daria ao Brasil um governo sem qualquer vinculação direta ou indireta com a esquerda que ainda curte atacar o regime militar de 64. E conclui: "Haveria uma chance de se enterrar de vez um passado que já beira os 50 anos, mandando para os compêndios de história os conflitos, as divergências, as justificativas e as contraditas do movimento de 64: se o candidato, pela sua idade, não tivesse registrado em seu currículo qualquer envolvimento com os fatos mencionados. Quase que chegamos nele. Seru nome salta da página: Aécio Neves Cunha. É jovem, nasceu nos anos sessenta, logo não participou dos episódios que antecederam e sucederam imediatamente a 1964".

POIS é isso. Partidos de direita, de centro-direita, liberais, existem, e disputam eleições erm todo o mundo civilizado, e muitas vezes, como ultimamente na Europa, são vitoriosos. Para citar alguns: nos Estados Unidos, país que é modelo de democracia, o Partido Republicano, que parece já ter candidata, Sarah Pailin, de extrema-direita, para a sucessão de Barack Obama, um democrata-liberal de tendências progressistas; na Inglaterra, o Partido Conservador, que era o de Churchill; no Parlamento Europeu, o Democrata, que venceu a eleição; na Alemanha, o CDU, Cristão-Democrata, de Angela Merkel; na França, o UMP de Sarkozy; na Itália, o Democrata, que comanda o governo; na Espanha, o PP, vitorioso nas últimas eleições; na Polônia, o PO, também vitorioso. E tantos outros. Por que apenas no Brasil ninguém se habilita a ocupar o espaço vago?

* Fábio P. Doyle é jornalista e membro da Academia Mineira de Letras



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