Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Qual a identidade da democracia brasileira?

Qual a identidade da democracia brasileira?

25/08/2022 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Democracia é o regime político onde o conjunto dos cidadãos governa através dos seus representantes eleitos pelo voto universal, para períodos determinados.

No Brasil o mandato é de quatro, exceto para senador, que é de oito anos. Basicamente, a democracia é o oposto da ditadura, onde um grupo assume o poder pela força. Mas até as ditaduras e suas semelhanças se dizem democráticas.

Na América Latina, vivemos um ciclo de ditaduras militares onde seus dirigentes sempre justificaram a conquista do poder pela força com o objetivo de evitar que a esquerda o fizesse e implantasse a ditadura do proletariado no modelo cubano, soviético ou chinês.

No Brasil, o fenômeno também foi registrado e os dois períodos explícitos de exceção – 1930/45 e 1964/85 – disseram-se democráticos e até recorreram a artifícios, como a eleição indireta, para manter o povo longe do voto.

Todos, no próprio discurso, praticaram a “democracia”. E o quadro se mantém até hoje. Depois que os militares devolveram o poder aos civis, todos os que nos governaram se disseram democráticos.

Até os partidos reconhecidamente de esquerda construíram suas trajetórias sobre os ideais democráticos, mesmo com a estapafúrdia proposta, lançada no discutível Foro de São Paulo, de jogar o Brasil na aventura da URSAL (União das Repúblicas Socialistas da America Latina), similar à extinta União Soviética.

Hoje, os 32 partidos políticos aqui existentes se dizem democráticos, mas cada um, vê a democracia do seu jeito.

O presidente Jair Bolsonaro, por ser egresso do meio militar e defender controversos personagens do regime 64/85, foi acusado de preparar um golpe e todos parecem ignorar sua constante afirmativa de que governa e quer continuar governando dentro das linhas da Constituição.

Lula, apesar das conhecidas relações com a esquerda internacional, também se diz grande democrata. Os demais e pouco significativos concorrentes à cadeira presidencial apoiam suas plataformas na democracia. Cada um dentro da democracia existente dentro de sua própria cabeça.

Os políticos de oposição – que também se declaram democratas – há um bom tempo ganharam o péssimo hábito de recorrer ao Judiciário quando não conseguem fazer suas idéias prosperarem dentro do terreno legislativo.

Isso tem tumultuado a vida nacional porque, no lugar de modular as disputas da sociedade e alinhá-las ao determinado pela Constituição e ordenamento jurídico, os magistrados dos diferentes níveis têm se ocupado na apreciação de temas que deveriam ter sido resolvidos no parlamento e, com isso, muitas vezes, assumido posições políticas estranhas à sua alçada.

Combinemos que a democracia é inegociável. Precisamos dela e, ponto final. Mas é preciso chegarmos à conclusão sobre seus detalhes.

Da forma que tem ocorrido, mesmo sendo o sistema ou regime desejável, sofre com os problemas, injunções e sede do poder dos diferentes grupos que se antagonizam na política.

Escrevo isso lembrando que hoje – 24 de agosto – faz 68 anos que o presidente Getúlio Vargas se suicidou no ápice da crise política que ameaçava afastá-lo do governo.

A partir dali, ocorreram a tentativa de golpe para impedir a posse de Juscelino Kubistchek, a renúncia de Janio Quadros, a derrubada de João Goulart, o regime militar, a morte de Tancredo Neves (internado na véspera da posse), os impeachments de Fernando Collor e Dilma Rousseff e uma série de acontecimentos que sacudiram a democracia e maltrataram brasileiros.

Apesar de todos os problemas, o país experimentou grande taxa de desenvolvimento nesse período e hoje é uma das principais economias do mundo.

Precisamos agora buscar – sem sofismas nem casuísmos – a identidade da verdadeira democracia brasileira para que ela, em vez de vítima, seja a grande indutora de melhores dias para a Nação, interpretá-la ao sabor dos próprios interesses é uma verdadeira heresia.

Seus valores têm de contemplar toda a população. Jamais grupos ou segmentos, por mais privilegiados que sejam...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre democracia clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!



O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto