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Redes sociais a serviço dos 15 minutos (ou mais) de fama

Redes sociais a serviço dos 15 minutos (ou mais) de fama

16/06/2011 Elizangela Grigoletti

Três dias, 350 mil visualizações. Uma semana, um milhão e meio de acessos. Duas semanas, e quase 5 milhões de views.

Esses são os números do clipe “Oração”, d’A Banda Mais Bonita da Cidade, que teve uma repercussão impressionante nas redes sociais nas últimas semanas, e levaram o então desconhecido grupo curitibano aos principais veículos de comunicação do Brasil – entre eles, o Fantástico, O Globo, Folha de São Paulo – e do mundo, já que a música foi assunto de blog do The Washington Post e do jornal italiano Spettacolli. Outro dado importante é que em apenas uma semana, a banda já tinha sido citada mais de 10 mil vezes na internet, segundo busca no Google, e sua página no Facebook pulou de 500 para 25 mil fãs. Três semanas depois, são mais de 40 mil fãs, shows marcados em todo o Brasil e propostas de gravadoras recusadas pelo grupo, que decidiu gravar seu primeiro CD de forma colaborativa, pelo site Catarse.

A banda curitibana que ganhou o mundo é mais uma prova do poder de disseminação das redes sociais e da facilidade de qualquer pessoa se tornar celebridade na web, de forma rápida e avassaladora. A instantaneidade com que algumas pessoas fazem sucesso é espantosa, algumas desaparecem da mídia na mesma velocidade com que apareceram, porém outras permanecem, como é o caso da ex-estudante de Turismo Geisy Arruda, que foi vaiada por colegas de faculdade por usar um vestido curto. A situação trouxe fama não apenas na web, já que depois do incidente ela passou a fazer aparições em diferentes mídias. É o cumprimento do que Andy Warhol disse certa vez, ao afirmar que um dia todos teriam seus 15 minutos de fama.

Não apenas em vídeos ou musicais, mas de qualquer outro contexto exposto na web, inclusive de trivialidades – tudo pode se transformar, em poucos instantes, no novo hit da internet. A grande conexão da web é justamente possibilitar essa busca por outros caminhos e diferentes pontos de vista, ou ainda, mostrar velhos hábitos por novos prismas, principalmente o de positividade, que apresenta a beleza da vida, mesmo em seu cotidiano de maior simplicidade. Essa despretensão com que se compartilha o que cada um encontra de mais tocante nas redes e considera válido de ser dividido, seja um espetáculo famoso ou simplesmente um desconhecido fazendo algo bacana, é a mágica e o segredo dos canais sociais.

Fenômenos que nasceram nas redes como PC Siqueira ou Felipe Neto, continuam vivos na web e agora, também em outras mídias, graças à repercussão e fãs conquistados no ambiente online, agregando a cada dia novos vídeos, mais views e, consequentemente, milhares de comentários dentro e fora das redes. É um ciclo contínuo de notabilidade que gira na mesma velocidade da internet, integrando ao universo real todo o contingente virtual. Ainda que muitos defendam que a fama é geralmente momentânea, é importante lembrar que a internet possui um espólio gigantesco de arquivos que podem durar enquanto a rede existir, o que pode representar um perigo, pois muitos dos vídeos famosos, também são de crianças.

Pais que compartilham momentos especiais e engraçados de seus filhos, que repercutem de uma forma inesperada. É o caso da menina Isabela, de dois anos, uma celebridade instantânea da web, com diversos vídeos postados no canal do YouTube, concentrando no mais popular deles, “não feche a porta”, quase 10 milhões de acessos. Muitas pessoas se perguntam: como isso acontece? Por quê? O que leva um fato a se tornar mais popular do que outro nas redes? Essa resposta, muitos gostariam de ter, mas um fator é certo: para cair nas “graças” das redes é preciso inovar, encantar e, ao que tudo indica, não ter esse “q” de pretensão.

Elizangela Grigoletti* é jornalista e gerente de inteligência e marketing da MITI Inteligência, empresa de soluções em inteligência de mercado.

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