Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Revoluções e o espaço público

Revoluções e o espaço público

22/02/2014 Wagner Dias Ferreira

O povo está aprendendo a tomar posse do Brasil e construindo o sentimento de nação. Em 1986, elegeu uma Assembleia Nacional Constituinte sem abdicar da participação na elaboração direta do texto constitucional com propostas populares.

Em 1992, promoveu a expulsão do então presidente Fernando Collor, com ênfase na mobilização social que ocorreu no evento. Com o Plano Real, o país parou de descer economicamente e viu certo grau de estabilização, permitiu o crescimento, com aumento no grau de liberdades individuais e fortalecimento no exercício da cidadania.

Neste contexto, foi criado o discurso na nova classe média. Pessoas que antes viviam na linha da pobreza ou abaixo dela foram alçados à condição de consumidores, com acesso ao crédito, a benefícios governamentais e com presença em toda ambientação social. A emergência com força cidadã destes segmentos sociais, outrora excluídos, fez emergir na sociedade brasileira uma presença perversa. Segmentos preconceituosos e discriminatórios surgiram e suas práticas agora confrontadas com aqueles que antes passavam despercebidos.

Pode-se observar pessoas expressando comportamentos fascistas, de discriminação racial e homofóbica, sexista, de agressão a mulheres em ambiente domiciliar. O Brasil está sendo obrigado a admitir a presença do preconceito e da discriminação. Agora as vítimas denunciam e encontram espaços para combater essas práticas. Neste contexto, o “rolezinho” é mais um breve fenômeno que mostra por um lado uma sociedade que ainda não assimilou as mudanças e mostra resistência à chegada destes novos cidadãos.

De outro lado, pessoas que precisam e querem ocupar espaços de cidadania. Negar espaços a estas pessoas é obrigá-las a uma revolução, como foi a francesa, que teve muitas revoltas apenas por pão. Quando um shopping pede liminar a um juiz, que a concede, delimitando a presença dentro daquele espaço, é mera expressão de preconceito elitista. No entanto, estes jovens que agora são cidadãos, filhos de pais que experimentaram a vida abaixo da linha da pobreza, mas que eles mesmos novos jovens cidadãos, bem conhecedores do Estatuto da Criança e do Adolescente não abrirão mão de seu direito à ocupação deste espaço.

A concessão de espaços públicos brasileiros para a realização de um evento privado – a Copa das Confederações – gerou uma gama de violência jamais imaginada. Cercear os “rolezinhos”, além de violar a Constituição, que veta qualquer tipo de discriminação, impõe aos jovens que desejam simplesmente o direito de ocupar espaços dos quais seus pais foram excluídos, a realização de revolução, quiçá violenta.

Por isso, as teorias humanitárias inclusivas e de ampliação da cidadania e promoção dos Direitos Humanos (civis, sociais, políticos, econômicos, culturais e de lazer), sempre valorizando as liberdades, são as únicas que podem resolver este novo evento social sem violência e grandes conflitos.

*Wagner Dias Ferreira é advogado e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG.



Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli