Tecnologia e humanismo devem caminhar juntos
Tecnologia e humanismo devem caminhar juntos
O desafio do nosso tempo de globalização é otimizar as possibilidades tecnológicas com a valorização do ser humano, pois não somos contra os avanços da tecnologia, mas é preciso que a pessoa humana esteja em primeiro lugar.
"Homens é que sois e não máquinas", advertiu Charles Chaplin, no filme "Tempos Modernos". A pessoa humana não pode ficar refém da tecnologia, nem submetida a sua lógica, mas a tecnologia é quem deve estar a serviço da promoção da vida humana, em suas pujantes potencialidades.
Há uma tendência da sociedade hiper-tecnológica acentuar o individualismo, inserindo o ser humano numa espécie de redoma, onde fica mais difícil relacionamentos pautados em valores, e sim em conveniências utilitárias. Nesse sentido, é necessário estarmos atentos para que a tecnologia não nos escravize numa sociedade robotizada, com tudo calculado, sem espaço para a criatividade e o afeto humano.
Tudo isso reforça o conceito de que a felicidade humana não está no ter, mas no ser, isto é, a qualidade do que somos vale mais daquilo que temos. Não é fácil vivenciar este conceito, num mundo que vai idolatrando cada vez mais o dinheiro e a posse de bens materiais. O ser humano vale muito mais que aquilo que tem materialmente, pois os valores verdadeiramente humanos são imateriais, valores como a responsabilidade, o respeito ao outro e à sua liberdade, a gratuidade, a justiça e a solidariedade. Isso é o que não pode faltar nos relacionamentos humanos, numa sociedade super-tecnológica.
Temos que preservar e salvaguardar estes valores, para que a tecnologia não se volte contra o ser humano, quando pode promover a pessoa, em muitos aspectos. Daí que precisamos manter a sensibilidade e a consciência de que o ser humano vale muito mais que os bens materiais. Falamos aqui de valores imateriais, valores culturais, espirituais, que direcionam o ser humano à sua principal vocação como pessoa, que é a felicidade a partir da solidariedade.
Tecnologia e humanismo devem, portanto, caminhar juntos, para o bem de todos.
* Valmor Bolan é Doutor em Sociologia, Diretor da Universidade Corporativa Anhanguera e de Relações Institucionais da Anhanguera e Reitor do UNIA