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Tem risco? Então não quero

Tem risco? Então não quero

22/05/2019 Alexandre Camillo

Vivemos tempos disruptivos, em que mudamos o modo de fazer quase tudo.

Mas existem coisas que não podem mudar para pior. Uma seguradora garantir riscos tem que continuar sendo a regra e não a exceção. O que acontece com o nosso mercado? Não queremos mais bancar seguros.

Recentemente, temos visto cada vez mais os casos em que muitas seguradoras deixam de atuar em determinados ramos ou abandonam certos riscos, preferindo focar no varejo, ou seja, bancar riscos cada vez menores. A impressão que temos é que o pensamento das corporações é simples: “Tem risco? Então estou fora!”

Neste cenário, como nós corretores de seguros vamos atender às demandas dos consumidores? Acabamos de sair de um período de grandes chuvas e enchentes, em que vimos a necessidade de proteção, mas os riscos patrimoniais estão a ver navios.

Seguros importantíssimos como o de condomínios não têm prêmios, não têm arrecadação, por isso já estão cada vez mais sem aceitação.

Encontramos enormes valores segurados por prêmios pífios, que qualquer dano elétrico aumenta a sinistralidade, e essa sinistralidade é repassada para nossa carteira, dos corretores de seguros – claro, sendo que não é papel nosso bancar riscos, mas aproximar o consumidor da seguradora.

Sabemos que é preciso cuidar do risco, manter o evento do sinistro como incerto, e não provável por alta negligência. Mas o que está acontecendo com o nosso mercado é muito mais do que isso, não só os riscos negligenciados são declináveis, mas onde há qualquer risco de sinistro. Então qual a função do seguro, como produto reparador e de recuperação de patrimônios?

Se os riscos tradicionais estão sendo deixados de lado, o que dirá do que vem por aí. O mundo passa por um processo de transformação da mobilidade com novas formas e novos riscos, hoje é crescente a locomoção das pessoas por bicicletas, patinetes, e veículos compartilhados, e o que vemos é um mercado refratário a bancar esses riscos.

Temos palestras em grandes eventos abordando a mudança da sociedade, os novos comportamentos, a nova forma de mobilidade, e na hora da prática ficamos à margem deste desenvolvimento.

Debatemos o fato de a utilização dos automóveis estar em queda, principalmente pelos mais jovens, que serão nossos próximos clientes, mas não queremos assumir nosso papel de garantidores de riscos junto a este novo consumidor e seus comportamentos.

Estava assistindo a um programa de televisão americano que apresenta pessoas buscando comprar uma residência, e no episódio dois irmãos foram dividir uma casa de praia que ficava bem próxima da água, alta com um deck. Um deles queria guardar seu barco embaixo do deck da casa, o outro analisou que a maré ia subir e poderia danificar a casa e o barco, então o primeiro argumentou que para isso ele faz seguro.

Ou seja, na visão de outras sociedades, em que a cultura do seguro é mais desenvolvida, para cada risco existe sua proteção securitária. Aqui no Brasil seguimos literalmente pela contramão: a seguradora vê o risco e cai fora.

Se focarmos em características de cada país, veremos que estamos cada vez mais perdidos: o Brasil é um país agrícola, mas as seguradoras não querem o risco do rural. O fim do monopólio do IRB gerou tantas expectativas de desenvolvimento do nosso mercado, que na verdade se traduziram em frustrações.

O que precisa ficar claro para o mercado é que o corretor de seguros é a voz do consumidor. Não somos clientes da seguradora na intermediação, somos clientes finais – quando faço qualquer reclamação referente a um sinistro, estou representando o cliente.

É em nome do consumidor de seguros que conclamamos uma maior atenção aos nossos riscos. Vejam a situação gerada pelo desinteresse a fazer o seguro dos carros mais antigos, que o trouxe para o mercado o interesse e a participação das associações de proteção veicular e patrimonial.

Temos que estar prontos e capacitados profissionalmente para proteger desde os riscos tradicionais aos novos que vão surgindo.

Capacidade não nos falta. Vontade tem que haver. Se tem risco, o corretor de seguros clama por cumprir com seu papel de agente de proteção social, familiar e patrimonial perante a sociedade.

* Alexandre Camillo é corretor de seguros e liderança política.

Fonte: Ruco Comunicação



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