Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Temos de produzir aqui o que os brasileiros querem comprar

Temos de produzir aqui o que os brasileiros querem comprar

14/03/2013 Ricardo Roriz Coelho

Não é só juro alto que mantém os preços de nossos produtos e serviços e a inflação sob controle. Para isso, a concorrência é fundamental!

Juros altos por tanto tempo ajudaram a provocar um longo período de valorização da nossa moeda, que, aliado à baixa produtividade, pesada carga tributaria, falta de infraestrutura adequada, burocracia, aumento dos gastos do governo com pouca eficácia na sua utilização, afastou o investimento e destruiu a capacidade competitiva do Brasil.

O País pagou desnecessariamente muito tempo cerca de R$ 19 bilhões em juros para cada 1% de aumento de Selic, sendo que uma boa parte desse valor poderia ter sido aplicada na infraestrutura e/ou desoneração dos investimentos. Enquanto isto, felizmente, a disponibilidade maior de crédito, aumento do poder de compra dos salários e inclusão social resultante dos corretos investimentos do governo em erradicação da miséria aumentaram a renda dos brasileiros, que foram às compras! Com renda per capita até US$ 5.000/ano, as pessoas procuram atender as suas necessidades básicas.

Quando ultrapassam esse patamar, situação na qual nos encontramos hoje, elas passam a ter acesso a mais serviços, bens duráveis e produtos manufaturados. E são justamente estes últimos, que tanto encantam os consumidores, que perdemos a capacidade de produzir aqui a preços competitivos. Depois que a nossa renda per capita ultrapassar US$ 20 mil, com melhora da qualidade da educação e com os salários mais altos, cairá a participação dos manufaturados no PIB, aumentando a de serviços e de produtos de maior conteúdo tecnológico.

Porém, isso esta longe de acontecer! A falta de concorrência, e o baixo investimento jogaram os preços de serviços administrados pelo governo e os de produtos de grandes oligo/monopólios nas alturas. O custo do capital, carga tributária, salários crescentes com queda da produtividade e o baixo interesse de investir para competir com produtos importados, que a cada dia ficavam mais fortalecidos com a valorização do Real, afastaram a possibilidade de aumento de oferta da produção brasileira.

A consequência disso é que a parcela de ampliação do nosso mercado advinda do crescimento da renda do brasileiro acabou sendo capturado pelos produtos importados. Se não tivermos capacidade de produzir aqui os manufaturados que nossa população comprará devido ao aumento de sua renda, as importações desses bens, de alto valor agregado, serão crescentes.

E de que adianta esse processo de ascensão socioeconômica, inclusão social e maior massa salarial, se os produtos nacionais são os mais caros do mundo? Por que o brasileiro tem de pagar mais caro por tudo? Imaginem os nossos consumidores com a renda de hoje se os produtos e serviços aqui oferecidos tivessem os preços das lojas de Miami ou das principais capitais asiáticas!

A questão prioritária é: como permitir que o Brasil volte a ter condições de concorrer e continue aumentando a renda de seu povo como tem acontecido nos últimos nove anos? Só temos um caminho: investimento. Apesar de alguns avanços importantes e corajosos definidos pelo governo no último ano, o investimento só virá a partir do momento em que se consolidem alguns preceitos no País: ambição de ser melhor do que os nossos concorrentes; condições adequadas para crescermos muito mais do que se tem verificado; previsibilidade com planos e metas de curto, médio e longo prazos bem definidas; melhora da capacidade de gestão e execução; regras claras associadas à desoneração do investimento; simplificação dos processos, com menos burocracia; melhora da qualidade do ensino; acordos comerciais inteligentes com outros países; melhor distribuição da carga tributaria, com simplificação, não se onerando tanto o custo de se produzir.

Ademais, precisamos melhorar a nossa infraestrutura e, principalmente, convencer os investidores de que voltem a acreditar no Brasil. Sem investimentos, ficaremos com a inovação a reboque dos nossos concorrentes! E hoje a inovação, fundamental para atender às exigências cada vez maiores dos consumidores, ocorre onde as coisas acontecem e onde os produtos são fabricados. O importante é recuperar a capacidade de concorrer com vantagem, que perdemos, já faz um bom tempo.

*Ricardo Roriz Coelho é presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e do Sindiplast.



As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes