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Vida mais ativa será o legado do ano olímpico

Vida mais ativa será o legado do ano olímpico

28/02/2016 Cristiano Parente

Belo e plasticamente sedutor, o esporte é encantador.

Vida mais ativa será o legado do ano olímpico

Ao se falar em legado deixado na realização de uma Copa do Mundo, como foi em 2014, ou de uma Olimpíada, como a que estamos prestes a vivenciar, logo se pensa em obras e melhorias de infraestrutura construídas pelas regiões por onde passam as competições.

O que pouco se discute, entretanto, é a amplitude de benefício que eventos esportivos dessa magnitude podem trazer ao país, inclusive no que diz respeito à educação e capacitação profissional.

O esporte, enquanto instituição, apresenta diversas faces, que muitas vezes são interpretadas de maneira errada, inclusive por profissionais da área. Há a face do negócio, da profissão - ou melhor, profissões -, existe a face do show e do entretenimento, bem como as faces da ciência e pesquisa, da mídia e da política.

Ter claro o que o esporte representa em cada uma dessas faces é um passo determinante para poder realmente aproveitar algum possível legado olímpico de maneira inteligente e efetiva. Belo e plasticamente sedutor, o esporte é encantador.

É instigante em termos de desafio de performance e de busca de limites nas execuções surpreendentes de profissionais ‘iluminados’ geneticamente.

Com os Jogos Olímpicos, presenciaremos um espetáculo de profissionais que aliam à escolha de uma modalidade o encaixe perfeito de sua qualidade genética.

Claro, soma-se a isso muito preparo e orientação, além de imensa vontade de se dedicar para estar ali, tentando se superar o tempo todo. Isso é o esporte.

Então, surge a pergunta: de seu ciclo de relacionamentos, quantos conhece com a somatória de todos esses fatores essenciais para a busca de um improvável sucesso dentro do esporte?

Possivelmente, a resposta será nenhum ou raros conhecidos. E são tão raras essas pessoas que, em geral, os atletas de sucesso, que efetivamente se sobressaem no esporte, viram celebridades.

E com todo o mérito. Muitos se destacam às custas de lesões, dores, cirurgias e outras dificuldades, alguns até convivendo com o medo diante de ameaças de torcedores mais agressivos.

Todos esses fatos mostram que imaginar que o esporte é algo para todas as pessoas, enquanto face da profissão, é utópico. Ele é para poucos. Nesse sentido, é preciso desfazer a grande confusão que se faz ao misturar o esporte com a atividade física, o exercício e o jogo.

A transferência do sonho esportivo/olímpico de vitória e glória para a vida de crianças carentes ou para pessoas comuns traz ao esporte uma responsabilidade social cujo qual ele não é capaz de lidar.

A atividade física regular, por sua vez, dentro de um jogo ou modalidade, sem intuito de competição ou de profissionalismo, com uma grande carga de ludicidade e cooperação, é que pode ter um papel social importante.

É justamente aí que entra a missão do profissional de educação física, desde que executada de forma inclusiva. É um erro aproximar pessoas da atividade física por meio apenas do esporte.

Hoje, instituições de ensino e seus profissionais de educação física valorizam os mais habilidosos, com potencial, e acabam por esquecer os outros alunos, com menos habilidade e que compõem a maioria da sala.

Isso acontece desde os primeiros anos escolares. Competição e esporte são excludentes. O legado olímpico deve vir com a estimulação consciente em cada jovem.

As escolas, dentro das aulas de Educação Física curricular, não devem pensar em situações competitivas onde os bons em termos de habilidade e de genética possam se sobressair sobre os menos avantajados.

Essa diferença técnica esportiva aparece por mil fatores, que vão muito além do que a disciplina é capaz de ensinar.

Fazer o jovem experimentar dezenas de movimentos e modalidades, de modo que entenda e tente descobrir qual gosta mais, compreender o que é necessário fazer para que se consiga melhorar uma habilidade que goste e quando quiser se desenvolver de maneira inteligente, poder praticá-la sem pensar em comparação com o melhor ou com o pior, mas fazê-la com prazer, em situações de cooperação, de maneira regular, é essencial para que o grande evento esportivo deixe um grande legado para os nossos pequenos.

E isso só acontecerá com a transformação, com a atualização dos profissionais de educação física, bem como com a mudança na forma de atuação.

Um passo importante para tal mudança será dado no dia 12 de março, em São Paulo, com a realização do “Top Of The Rock”, um evento que reunirá os principais palestrantes na área de saúde e de atividades físicas do país para debater o futuro e as novidades que cercam a profissão de educador físico.

O objetivo é reunir estudantes e profissionais da área para uma experiência de aprendizagem dinâmica acerca do que há de mais novo em termos de ciência aplicada à atuação profissional. O momento é propício, aproveitando-se os holofotes sob o esporte com a Olimpíada do Rio de Janeiro.

É preciso mudar de vez a cara da educação física no país. É necessário dar mais qualidade, ferramenta e conhecimento para o profissional que atua nesse segmento, para que ele saia da inércia e retome a vontade de evolução na profissão.

Um educador físico bem preparado e motivado certamente se transforma em exemplo e incentivo para a sociedade como um todo se mover mais e buscar uma vida mais saudável.

* Cristiano Parente é professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness.



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