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Voto secreto, o pária do Legislativo

Voto secreto, o pária do Legislativo

01/02/2021 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

As atenções do país estão voltadas para Brasília onde, nesta segunda-feira (01/02), serão eleitos os novos presidentes da Câmara e do Senado.

São duas figuras detentoras do maior poder da República. Terceiro e quarto indivíduos na linha de sucessão presidencial e, mais que isso, quem, ditatorialmente, decide quais projetos são colocados nas pautas de discussões e votações dos deputados e senadores.

Só prosperam as matérias que eles escolhem e as demais ficam engavetadas, no imperfeito processo legislativo brasileiro.

Por definição, deputados federais são os representantes do povo e senadores os delegados dos estados.

Tanto o deputado quanto o senador é eleito pelo voto popular e, por isso, quando votam, o fazem em nome do povo que os elegeu.

Mas, estranhamente, em muitas situações, o voto é secreto. O povo, nesse momento crucial para o país, é privado de saber como votaram os seus representates.

Isso abre uma imensa distância entre os parlamentares e o eleitor que, sem saber como as coisas são feitas, é tentado a fazer mau juízo dos seus representantes.

Indaga-se o que de tão sigiloso existe para que o povo não possa saber como cada um votou. E, a partir daí é inevitável a especulação de que os eleitos de alguma maneira se corromperam ou teriam interesses ou acordos paralelos propositalmente escondidos da população.

“O que, sendo de interesse da sociedade, tem de ser feito às escondidas” - questiona-se. As respostas são muitas e todas em desfavor do Poder Legislativo que, pela sua natureza, é a matriz da sociedade, mas no Brasil é combalido por práticas anti-republicanas e vícios que se acumularam por décadas.

As eleições dos presidentes serão por votação secreta. Isso é muito ruim porque, independente do resultado, todos os votantes restarão sob suspeita de terem votado por interesse próprios e não do povo a quem representam.

Isso enfraquece o Legislativo e diminui o respeito da comunidade a seus integrantes. O ideal é votação aberta nas eleições das mesas diretoras das casas legislativas e principalmente nos projetos que, quando aprovados, transformam-se em leis e interferem diretamente na vida da população.

Não há razão para quem é representante do povo votar escondido desse mesmo povo. Sua excelência tem de dar seu voto em aberto e – mais que isso – dar explicações quando volta à base e pode ser abordado pelos eleitores. Isso desfaz dúvidas e acaba sendo bom para todos, menos para os corruptos que, para o bem da Nação, têm de ser excluídos da vida pública.

Essa reflexão me leva a uma cena do tempo de menino. Um tio, muito espirituoso, defendia que todo profissional que trabalha escondido, está querendo nos furtar, e exemplificava: “Porque você acha que o relojoeiro não abre o relógio na nossa frente?”.

Com as desculpas dos relojoeiros, cuja média não deve ser tão esperta assim, uso esse exemplo para dizer que precisamos de parlamentares transparentes e cristalinos em suas atividades.

Jamais iguais aos relojoeiros da estória do meu tio. Ninguém vota em deputado ou senador para que eles sejam covardes ou de baixo clero. Por isso, não há razão continuar existindo o voto secreto…

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).



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