Mas no planejamento de um novo ano, escrever mais é uma das metas, e modéstia à parte, sou boa em cumprir o meu “todo”.

Então, escolhi para o primeiro tema de 2020 a questão das cirurgias plásticas e intervenções estéticas. O por quê disso? Vou contar para vocês.

Tenho vistos rostos indecifráveis, na rua, nos restaurantes, nos shoppings, quando encontro com ex-colegas de colégio, por todo lugar! E porque esses rostos me parecem indecifráveis? Porque não consigo traduzir, compreender quem são essas pessoas, elas me parecem todas iguais, suas fisionomias padronizadas não me dizem nada sobre a sua personalidade.

O Visagismo nos mostra na prática como as feições de uma pessoa são o reflexo de características tão intrínsecas a ela. E sugere maneiras de aprimorar essa imagem real valorizando os atributos de cada um. É neste conceito de Visagismo que acredito e desenvolvo meu trabalho de Consultoria de Imagem e Estilo.

No ESHoje de 07/12/2019 saiu uma matéria dizendo que o Brasil ultrapassou os EUA no ranking das cirurgias plásticas e se tornou o líder mundial seguido pelos EUA, México e Índia, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Internacional Society of Aesthetic Plastic Surgery – ISAPS).

Quero deixar claro que não sou contra intervenções estéticas, mas como tudo na vida é fundamental ser feito com consciência e equilíbrio.

Você já parou para pensar em como a sociedade dita regras como “bulas da felicidade” mas, que na verdade, são escravizadoras e criam uma eterna insatisfação que por consequência traz uma baixa auto-estima, uma sensação de incompletude e de infelicidade?

Com base em quê? Padrões estéticos criados para alimentar uma enorme indústria estética que fatura alto com isso. Cada raça tem suas características, cada país suas peculiaridades, cada pessoa tem sua identidade e na sua imagem uma tradução da mesma, como uma impressão digital, realçando a singularidade de cada um!

A magnífica e super premiada atriz Meryl Streep, conta que no início da sua carreira foi orientada a fazer rinoplastia, o que era incoerente com sua personalidade, pois ela acredita que os pontos que fogem do padrão podem se transformar na sua marca registrada, seu diferencial de beleza e de personalidade. O mesmo aconteceu com a top Cindy Crawford, que ao ser descoberta por uma renomada agência internacional de modelos, foi sugerida retirar sua pinta próxima à boca, porque isso iria atrapalhar sua carreira. E o que aconteceu com ela? Não tirou sua pinta e se tornou uma modelo icônica!

O diferente é o que encanta! Mais do mesmo não tem a menor graça!

Acredito na importância de se cuidar, de apurar a imagem, já que ela nos concede um feedback que sendo positivo traz tantos efeitos benéficos como aumento da auto-estima, melhoria nas interações interpessoais e até no desempenho profissional, bem estar! Mas isso apenas quando acontece com coerência com a essência, ou seja um aprimoramento fundamentado no autoconhecimento, uma imagem esmerada na medida em que reflete o seu ser, que comunica para você e para o outro suas características a sua essência. Uma imagem desconectada do ser é uma máscara e máscara não se sustenta, não sustenta seu discurso, não traz credibilidade. Por outro lado, a imagem harmônica com o caráter confere reputação ao conteúdo.

Fico feliz em ver e poder colaborar com um movimento que busca a beleza de dentro para fora!    

A Vogue tem se pronunciado em relação ao ressignificado do termo antienvelhecimento fortalecendo o “ageless beauty” em várias matérias e posts.  Volta a atrás e mostra que a beleza dos seios independe do seu tamanho e demonstra que as mulheres não precisam ceder à ditadura do silicone. Revela que a beleza está acima dos padrões estereotipados quando comenta que o cobiçado ator Keanu Reeves, depois de um longo tempo solteiro, assumiu o namoro com a bela artística plástica Alexandra Grant que tem cabelo grisalhos e que não parece ter passado pelos “usuais” protocolos de beleza do tipo harmonização facial.

Matéria da Época de 09/05/2019 diz que o Brasil lidera o ranking também da cirurgia plástica entre adolescentes, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Como já disse, buscar a solução de problemas de saúde ou querer lapidar a imagem em pontos que trazem desconforto em busca de bem estar é totalmente válido. A questão é que a adolescência é uma fase ainda de descobertas e de afirmação da personalidade e até que ponto essas intervenções estão acontecendo com total consciência por parte das meninas ou é mais uma busca por se encaixar em padrões que são ainda mais realçados nas redes sociais?

Fica aqui a minha sugestão: mergulhe fundo em quem você é primeiro, conheça sua essência, se aceite, se ame e então busque a evolução da sua imagem alinhando corpo, mente e espírito! Encontre a beleza de ser você!