Como é impossível não se contagiar pela empolgação que envolveu o desfile da Colcci com o retorno de Gisele Bündchen, vamos começar hoje pelo final. Depois de dois anos afastada das passarelas da Colcci, Gisele faz um retorno triunfal fechando o penúltimo dia da temporada Inverno 2014 do SPFW. Difícil dizer o que empolgou mais o público, se foi a presença da top ou a coleção charmosa e muito usável da Colcci.

A marca trouxe um mood college para a estação, somando ao estilo esportivo e despojado do moletom a elegância e formalidade da alfaiataria. Parceria que deu muito certo tanto para a coleção feminina quanto para a masculina.

Trabalhar um tema de uma maneira sutil ao mesmo tempo em que se volta o olhar para o futuro é a forma que Pedro Lourenço encara de fazer uma coleção.

Para o Inverno 2014, o estilista transporta Carmem para outra dimensão estética, onde impera o construtivismo, pautada no desenvolvimento tecnológico.

Como resultado, a coleção, que foi apresentada na Semana de Moda de Paris e na Faap, teve uma performance esplendorosa nos shapes e uma leveza incrível.

Destaque para o tom nude, para o bordado de paetês em degradê, para os efeitos escamados e para a cintura em evidência, seja por estar à mostra ou por ser bem definida pelas basques.

Estreante no SPFW a marca Pat Pat’s, de Andrea Vieira Baptista, trouxe para seu desfile no Hotel Unique a top Alice Dellal.

A coleção mostrou um ar bastante jovial com uma referência ao grunge, inclusive de uma maneira objetiva nas camisetas com alusão ao grupo Nirvana, um dos ícones do grunge originário de Seattle.

Seguindo esta mesma linha estética, estavam as calças superdestruídas e os tricôs com pontos muito abertos simulando rasgados. Emparelhado a este espírito rebelde encontravam-se as calças metalizadas em tom de ouro e as estampas de couro de cobra.

Destaque para a saia envelope assimétrica, com estampa de cobra e com zíper aparente. Proposta esta que foi observada nos desfiles internacionais.

A geometria estética recorrente no trabalho de Glória Coelho valorizou os efeitos do peekaboo – esconde e mostra – com a aplicação de cristais, em shapes estruturados, conjugados a formas fluídas.

Destaque para o macacão tomara que caia com estrutura de alfaiataria e calça cropped com punho na barra.

A cartela de cores foi composta por tons neutros, salientando mais uma vez a importância do nude para a estação, além do preto, o carmim e o marinho.

Reverenciando regiões menos favorecidas do país, Ronaldo Fraga busca na escassez do sertão brasileiro a inspiração para o desenvolvimento de sua coleção.

Como olhar o outro lado da moeda, o estilista transforma a rusticidade em elementos decorativos para suas peças.

O couro mesmo, que foi uma das matérias primas que se destacaram na coleção, sendo trabalhado em diversas texturas, muitas vezes trazia marcas que fariam com que estas peles fossem refutadas segundo os padrões tradicionais.

Marcas estas que se tornaram detalhes relevantes, quase como se fossem estampas. Para forrar as peças em alfaiataria, Ronaldo criou estampas narrando a história do Rio São Francisco.

Mais uma novata nas passarelas do SPFW, Patrícia Motta mostrou o que saber fazer melhor, roupas em couro. Para esta temporada, a estilista se inspirou na riqueza de formas das moléculas de gelo.

Patrícia tem a habilidade de superar, a cada coleção, as limitações do trabalho que tem como base um material específico e surpreender o público com os efeitos mais variados sobre o couro.

Marca registrada de Lino Villaventura, a coleção do estilista teve dramaticidade da breve perfomance que antecedeu ao desfile, até os cabelos e o make up das modelos, e logicamente as roupas apresentadas.

A mistura de tecidos com a criação de looks ricos em texturas foi marcante, assim como os volumes das peças, resultando em uma coleção de personalidade forte.