Por que gostamos do Fantasma da Ópera?
Por que gostamos do Fantasma da Ópera?
Torcer pelo assassino e não pelo “mocinho” é curioso.
Composto e co-escrito por Andrew Lloyd Webber, baseado no romance homônimo de Gaston Leroux, publicado em 1910, o musical “O Fantasma da Ópera” (no original em inglês: “The Phantom of the Opera”), já foi visto por 130 milhões de pessoas em 145 cidades em 24 países.
A pergunta é qual é o motivo. Será apenas a história do amor obsessivo de um gênio musical, que ninguém viu nem sabe quem é, pela bela e talentosa soprano Christine Daaé? Em parte, talvez, sim, mas certamente o grande segredo está na personalidade do protagonista.
O fato de ele utilizar uma máscara e ser misterioso seguramente é essencial, pois mesmo sendo violento e matando pessoas, desperta a empatia do público. Embora não tenha ética, tem talento, sedução e um certo bom humor, como se observa nas cartas aos donos do teatro em que faz críticas à prima-dona.
Torcer pelo assassino e não pelo “mocinho” é curioso, mas explica muito desse personagem intenso, capaz de tudo pela sua amada e que se redime ao final quando deixa o casal apaixonado e desaparece misteriosamente. Afinal, a eternidade do amor parece sempre prevalecer em nossos corações e mentes, ainda mais quando embalado por belas canções.
* Oscar D´Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Fonte: Oscar D´Ambrosio