É razoável considerar uma coisa boa como contagiosa? Acaso não é amplamente aceito, por exemplo, que o riso pode ser contagiante?

Talvez, ao invés de considerarmos que a saúde é frágil, poderíamos adquirir uma compreensão mais firme a respeito da saúde, isto é, de que a saúde não é apenas a ausência de doença ou enfermidade, conforme indica a definição de saúde proporcionada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Isso, por sua vez, poderia nos ajudar a enfrentar o medo diante das numerosas reportagens sobre a gripe e outras formas de contágio. Tais reportagens podem nos ajudar a ficar informados, alertas e sábios. Mas elas também podem fazer com que fiquemos temerosos. A Dra. Margaret Chan, diretora geral da OMS, referindo-se ao surto de Ebola, disse que o medo estava se espalhando mais rápido do que o vírus.

Combater o medo é importante.

Mary Baker Eddy, reformadora do tratamento da saúde, disse: “As pessoas acreditam em doenças infecciosas e contagiosas, e que qualquer um está sujeito a contraí-las, em virtude de determinadas causas predisponentes e excitantes. Esse estado mental nos prepara para contrair qualquer doença, sempre que se apresentem as circunstâncias que, acreditamos, a provocam. Se acreditássemos, com a mesma sinceridade, que a saúde é contagiosa quando em contato com pessoas saudáveis, seríamos contagiados pela maneira como elas se sentem, tão certamente e com melhores resultados, do que quando nos contagiamos com o estado do homem doente”.

Tudo isso me faz pensar em um exemplo da Bíblia, no qual Jesus tocou um leproso. Ao invés de Jesus contrair a lepra, o leproso foi curado.

Não poderia esse toque ter sido a afirmação de um ponto de vista diferente do que a saúde é e de onde ela vem, uma afirmação de que a fonte da saúde é superior à fonte da doença?

Existe um fundamento bíblico para essa ideia: “… reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso” e “[Eu] te restaurarei a saúde... diz o Senhor...” (Apocalipse 19:6, Jeremias 30:17).

Há vários anos, durante o inverno, quando levei meu carro para consertar, essa perspectiva mais elevada a respeito da saúde me ajudou. Aqui está o que aconteceu. Fiquei sentado na sala de espera por uma hora e meia. O local era pequeno, e um único cômodo abrigava o escritório, a área da recepção e a sala de espera. Quando meu carro ficou pronto e fui até o balcão pagar o conserto, a recepcionista me disse algo assim: “Você realmente não precisava ter esperado aqui; praticamente todos nós aqui estamos com a gripe e alguns funcionários da nossa equipe estão de licença médica devido a essa doença”.

A primeira coisa que me veio ao pensamento foi: se você pretendia me dizer algo assim, deveria ter me dito logo no começo e não depois de eu ter ficado aqui por mais de uma hora. Mas logo depois desse pensamento inútil, lembrei-me da declaração de Eddy a respeito de considerar a saúde como contagiosa. Então, eu disse para a recepcionista: “Não se preocupe, vocês todos podem ser contagiados com a minha saúde”. Talvez ela não soubesse como responder ao meu comentário, o que é compreensível, mas aquilo acalmou meu medo. Ao longo dos dias e semanas seguintes, não fiquei doente com a gripe.

Você pode se imaginar simplesmente lendo o jornal amanhã e vendo reportagens de que a saúde se espalhou?

* Bob Cummings é Comitê de Publicação da Ciência Cristã em Michigan, EUA, e escreve sobre espiritualidade e saúde. Ele se formou pela Universidade Estadual de Michigan.