Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A hora do perdão

A hora do perdão

12/11/2020 Daniel Medeiros

Perdoar não é esquecer, mas assumir que a vida deve seguir em frente apesar de aquilo ter ocorrido.

A hora do perdão

Somente com a constante disposição de mudar de ideia e recomeçar é que podemos construir algo novo, diz a pensadora Hannah Arendt. Perdoar é um agir de novo e essa ação libera o ofensor - embora não o inocente - mas, principalmente, libera o ofendido, permitindo que ele re-nove sua trajetória e se permita projetar (lançar uma ideia para frente e caminhar em busca de sua realização) novamente. O perdão é a saída para que deixemos de lado a busca por vingança e que é exatamente o seu oposto. Se o perdão re-nova, a vingança re-ativa o passado, jogando-nos lá onde corremos o risco de permanecer em um loop infinito. A vingança é uma espécie de narcisismo às avessas, onde o fascínio dá lugar ao sofrimento, mas a prisão que impede que outros horizontes possam ser desvelados é a mesma. Vingar não supera o que passou, apenas coloca-nos de volta no lugar da ofensa, diante do ofensor, na ilusão de que a sua destruição - de preferência da pior maneira possível - implique também o desaparecimento do ocorrido. Mas o resultado serão duas histórias terríveis em vez de uma, irmãs siamesas inconsoláveis.

A punição é diferente da vingança e nunca pode ser executada pelo ofendido. A punição é como uma reforma da casa: não faz com que a casa volte a ser igual como antes, mas permite que possamos voltar a habitá-la. Só é possível punir o que se pode perdoar. Há consequências de ações que são imperdoáveis e, nesse caso, a punição é incapaz de re-ativar a vida, tornar a casa habitável, pois ela já foi tomada pelos fantasmas. Esses momentos nos quais nos deparamos com o mal radical - como descreve Kant - são o maior perigo da vida.

Normalmente o que nos permite perdoar é o respeito, que é a capacidade que desenvolvemos de olhar ao redor, olhar de novo. Como nunca somos iguais o tempo todo e cada dia colocamo-nos em contato com pessoas que alargam nossa visão de mundo, o tempo faz com que observemos os fatos do passado de maneira diferente e, em algum momento, o peso da ofensa diminui e o fardo pode ser levado no bolso sem maiores transtornos. É a hora de perdoar.

Isso nos leva a uma possibilidade pedagógica importante: a de nos educar para o Perdão. O caminho -  como é também o da Ação - é o relacionamento com os outros, o aprendizado com a pluralidade que nos cerca. Quanto mais nos isolamos, quanto mais vivemos em uma bolha, receosos e ressentidos, mantemos a imunidade baixa para as ofensas e tornamo-nos incapacitados para enfrentá-las, sofrendo e odiando em proporções catastróficas, para nós mesmos e para o mundo, que nunca poderá ser um lugar agradável para se viver. 

E chegamos onde estamos: sonhando com um outro lugar, sufocados com nosso presente, agarrados a uma nostalgia de um tempo que nunca ocorreu mas que é o único no qual acreditamos, com as costas curvadas pelo peso das histórias vividas e nunca deixadas pelo caminho, fazendo-nos sofrer e alimentando nosso desejo insano de vingança, como uma droga que ilude a mente e destrói o corpo, desfigurando a nossa humanidade.

* Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo. 

Fonte: Central Press



Semana Santa: caminho que nos conduz a glória da Ressurreição

O Tríduo Pascal e suas funções litúrgicas devem ser observadas por todos os fiéis com devoção e ação de graças a Deus.

Autor: Padre Ricardo Rodolfo Silva


Aceitação

Ouvi essa história na prédica de um monge budista brasileiro, Gustavo Pinto, na década de noventa. A vida parecia mais fácil nos anos noventa.

Autor: Marco Antonio Spinelli

Aceitação

O que é a beleza?

Há quem diga que somos geneticamente programados para uma determinada percepção de harmonia, certos códigos áureos que transcendem ditames sociais.

Autor: Leonardo de Moraes

O que é a beleza?

São José, o justo

O trecho do Evangelho que se refere a José como homem justo é precisamente o que, na sequência, relata sua magnanimidade.

Autor: Sandro Arquejada

São José, o justo

Sete motivos para rir mais todos os dias

O riso é uma habilidade humana inata que antecede até mesmo nossas primeiras palavras.

Autor: Ros Ben-Moshe

Sete motivos para rir mais todos os dias

Características da ansiedade infantil: o que fazer ao identificá-las?

Muitas famílias se deparam com a necessidade de compreender e tratar transtornos ansiosos ou um comportamento ansioso de seus filhos.

Autor: Elaine Ribeiro

Características da ansiedade infantil: o que fazer ao identificá-las?

Segurança infantil: evite brinquedos perigosos

Quando vamos presentear uma criança devemos avaliar sobre qual brinquedo comprar para garantir a segurança delas.

Autor: Divulgação

Segurança infantil: evite brinquedos perigosos

Importância de sair da “zona de conforto” e arriscar na vida

Viver uma vida tranquila, sem agitações de mudanças ou o enfrentamento de desafios, é o que muitas pessoas buscam para conseguir se desenvolver de maneira segura.

Autor: Andréa Ladislau

Importância de sair da “zona de conforto” e arriscar na vida

O uso dos jogos de tabuleiro como estratégia para a promoção da saúde mental

Os jogos foram evoluindo e sendo adaptados às culturas de cada povo até chegarem aos dias atuais.

Autor: Renata Nascimento

O uso dos jogos de tabuleiro como estratégia para a promoção da saúde mental

Só o amor pode mudar o mundo

O que o outro precisa é, no mínimo, de respeito e consideração e isso só se obtém com amor.

Autor: Newton Carneiro Primo

Só o amor pode mudar o mundo

Empatia: a prática da ternura e compaixão

Nem sempre é fácil colocar-se no lugar de outra pessoa diante de uma situação delicada na convivência do dia a dia.

Autor: José Expedito da Silva


4 dicas para ter mais ordem e leveza na vida profissional

Viver em um mundo constantemente em movimento pode facilmente nos fazer sentir desorientados e sobrecarregados.

Autor: Beatriz Machnick

4 dicas para ter mais ordem e leveza na vida profissional