Estão as questões sociais fora do alcance da oração?
Estão as questões sociais fora do alcance da oração?
O mundo precisa de nossa oração.
Quando leio sobre o caos que a educação pública brasileira enfrenta, escolas ocupadas por estudantes que reivindicam seus direitos, universidades públicas sem verba e inúmeros problemas sociais, pergunto-me o que pode ser feito individualmente, já que a maioria dos problemas parece estar fora de nosso controle.
Como estudante da Ciência Cristã, aprendi que manter o pensamento em ideias espirituais é um instrumento de proteção individual e coletivo, que pode contribuir para o exercício da cidadania.
Claudia Proença, professora de línguas em Portugal, decidiu orar quando enfrentou desafios em relação ao comportamento dos alunos do curso profissionalizante, financiado pela Comunidade Européia. Sem apoio da Direção da escola e com leis que provocavam excessos, ela decidiu buscar a solução por meio da oração.
Com a leitura do livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, Claudia entendeu que Deus, o Princípio divino, é a única causa e governa tudo de forma justa e correta. “…Aquele que é imutavelmente certo, fará o que é certo, sem que seja necessário lembrá-Lo de Seu dever. A sabedoria do homem não é suficiente para autorizá-lo a dar conselhos a Deus.” Sendo assim, o governo divino tinha de se manifestar em uma direção justa para todo o sistema escolar. De fato, ocorreram dois ajustes: o primeiro é que a antiga direção da escola foi substituída por uma equipe que dirige a escola em um ambiente em que todos se sentem respeitados. O segundo é que novas leis foram aprovadas, e a ajuda financeira aos alunos depende agora do êxito nas aulas. Essa nova lei ajudou a melhorar o comportamento e o interesse dos alunos pelo que é ensinado em sala de aula, e isso representou um enorme progresso.
Além disso, Claudia tornou-se coordenadora de um projeto piloto que tem o objetivo de transformar instituições de ensino em espaços que educam a respeito dos Direitos Humanos. Por dois anos consecutivos sua escola foi a que mais contribuiu em um evento de protesto a casos de violação de direitos humanos, por meio de coleta de assinaturas. Em outra ocasião, com o apoio de uma instituição portuguesa, Claudia coletou, empacotou e enviou roupas para um campo de refugiados na Croácia.
A mudança para melhor no comportamento dos jovens e o engajamento com os projetos sociais foi consequência da oração, que certamente colaborou para a formulação de leis mais justas.
Claudia reconhece que pela oração consegue contribuir de forma tangível para a defesa dos direitos humanos e para o progresso da humanidade.
Resultados como esses demonstram que a oração funciona como um fermento que promove a mudança no pensamento individual e coletivo, e assim soluções apropriadas aparecem.
Tal como Claudia, cada um pode dispor desse recurso para beneficiar a si mesmo e a coletividade.
* Ana Carla Vicencio integra o Comitê de Publicação da Ciência Cristã e escreve reflexões sobre espiritualidade e bem-estar.
Email: [email protected] Twitter: @AnaCVicencio