Eu e você sabemos conversar?
Eu e você sabemos conversar?
Trata-se de conhecer a melhor linguagem entre os homens, as corporações, os governantes e os governos no plano internacional.
Muitos valores, pessoais, comerciais, políticos, etc, perdem-se porque a ferramenta da conexidade entre os homens - necessariamente sociais e vinculados - não funciona.
Já se disse que sem sair do buraco cultural dos demais não escapamos.
Todos os povos que "deram a volta por cima", algo que necessitamos, começaram pela cultura, não pela previdência, por mais que esta importe.
É mais do que a educação formal - pela qual engatinhamos, mas não nos desanimemos.
O déficit cultural fica evidente quando constatamos, na família, nos grupos, em todos os aglomerados humanos, a discussão, que deveria ser no sentido da Academia e do Liceu, a cada minuto ficar mais acalorada e terminar na regressão recíproca, quando não tomada pelo ódio gratuito.
A boa comunicação gera a paz. A ruim planta o desalento. Se o atendente pode dizer que "a sua chamada deve ser refeita e que você deve conferir a numeração digitada", gera a calma ;"este telefone não existe" traz implícita um crítica à sua negligência. O conjunto dessas conexões verbais já forma um prenúncio de cultura da linguagem como ferramenta da evolução humana.
Não nos esqueçamos que dávamos grunhidos e comunicamo-nos pela linguagem dos sinais, com as mãos. Libertas estas, pelo homem ereto, os sinais foram possíveis e as bocas esboçaram vontade e os primeiros e corriqueiros pensamentos.
Comunicamo-nos fundamentalmente pelo cérebro e seus agentes são a voz, a escrita, os sinais, os olhos, mãos e pernas. Se aperfeiçoarmos nossa linguagem, a paz prevalecerá, as intimidades serão protegidas, os desentendimentos inúteis desaparecerão e muitos litígios serão resolvidos por manifestações da inteligência espontânea.
Criam-se costumes culturais. Empenhemo-nos nessa tarefa, no cotidiano. Estaremos contribuindo com boa parte de nossas possibilidades para termos o que todos desejam, em síntese: uma vivência digna, que não seja simples sobrevivência à espera do último e ainda misterioso momento.
* Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
(Para ler mais textos do autor, acesse o Blog Amadeu Garrido de Paula)
Fonte: De León Comunicações