Polícia liberada para trabalhar como sabe
Polícia liberada para trabalhar como sabe
Os contumazes amantes da desordem e defensores intransigentes dos criminosos torceram o nariz quando o governador Rodrigo Garcia determinou o aumento do número de policiais nas ruas (a cidade de São Paulo aumentou de 5 mil para 9.740 o número de policiais em ação) e declarou que quem levantar arma contra a polícia vai levar bala.
Sua fala, no entanto, enche de esperança os policiais que, finalmente, poderão empregar no dia a dia a filosofia de trabalho recebida no treinamento de seus cursos de formação e aperfeiçoamento, muitas vezes relevada por falta de energia e foco do governante, tanto em São Paulo quando em outros Estados.
Desde os anos 80, quando os militares deixaram o poder e os bandidos estavam condicionados a respeitar a polícia porque sabiam dos riscos que corriam se não o fizessem, a demagogia política invadiu a área e chegamos ao cúmulo de policiais serem perseguidos, agredidos e até mortos em represália de bandidos tolhidos em sua ação criminosa.
Politiqueiros do pior quilate, apoiados por governantes que só pensavam em democracia a qualquer preço, passaram a perseguir os policiais e vitimizar os criminosos.
O resultado não poderia ser diferente do quadro caótico que se instalou na segurança pública, já que as leis e procedimentos também foram enfraquecidos por obra de parlamentares divorciados da realidade.
Não devemos chegar ao exagero de Paulo Maluf que em 1979, ao assumir o governo do Estado, declaro que “bandido bom é bandido morto”.
Mas não é correto alisar-lhes a cabeça, como fazem importantes figuras – que talvez só tenham ganho importância por essa nefasta atitude – defendendo incondicionalmente os criminosos e, da mesma forma, acusando a polícia de práticas violências e de alta letalidade.
Precisamos do equilíbrio, onde a polícia não seja gratuitamente violenta mas possa agir com a devida energia para controlar situações de risco e impedir a prática delituosa. E que o criminoso ou contraventor tenha a certeza de que seus atos anti-sociais não ficarão impunes.
Conseguidas essas duas vertentes de um mesmo quadro, o resultado será a queda da criminalidade e a volta da tranquilidade à população apreensiva e até amedrontada.
É preciso compreender que, embora se repitam as motivações, nada que já ocorreu no passado será exatamente igual àquele tempo.
As variáveis são diferentes e, principalmente, a tecnologia de hoje oferece melhores possibilidades de trabalho. A polícia – no passado equipada com fusquinhas e o famoso revólver 38 – que atendiam às necessidades daquele momento – possui hoje veículos modernos e velozes e armamento mais eficiente.
Também há a estrutura eletrônica e de comunicação - inclusive as câmeras portáteis – que dando mais velocidade e transparência ao trabalho.
A estrutura do COPOM – Centro de Operações da Polícia Militar – é uma importante peça de apoio às equipes que estão nas ruas.
Tudo isso sem dizer das câmeras de segurança – públicas e privadas – hoje estão instaladas em toda parte que muito contribuem para a elucidação dos delitos.
A presença de mais polícia na rua, determinada pelo governador, é um eficiente inibidor da atividade criminosa. Penso que um bom começo para um novo tempo na segurança da comunidade.
Mas é preciso readquirir também o rigor no cumprimento das penas e na apuração dos delitos. As leis afrouxadas por interesses que não são os da comunidade mas de esquemas politiqueiros, precisam ser revistas.
Oxalá existam parlamentares com condições e disposição para prestar esse serviço ao Brasil…
* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).