Chegou a vez da bioeconomia
Chegou a vez da bioeconomia
O dia 21 de março foi estabelecido como Dia Internacional das Florestas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2012.
As florestas são reconhecidas pela importância para o meio ambiente e para a saúde humana. Estudos comprovam sua eficiência no equilíbrio da biodiversidade e no regime de chuvas. Movimentos ao redor do mundo chamam atenção para a destruição das florestas sem, no entanto, conseguir sucesso na diminuição significativa de desmatamentos. Poucos países mantiveram suas florestas, sendo o Brasil um dos que ainda conservam a maior porcentagem. No entanto, ano após ano, vemos números alarmantes de áreas desmatadas, sempre comparadas a quantidade de campos de futebol para que se possa ter uma dimensão do prejuízo ambiental.
Já o dia 22 de março, desde 1993, foi instituído pela ONU como Dia Mundial da Água, resultado das discussões que ocorreram na Eco 92. O objetivo é chamar atenção para temas relacionados com este recurso tão importante. A cada ano a ONU escolhe um tema. No ano de 2020, por exemplo, foi Água e Mudanças Climáticas, chamando atenção para os efeitos dessas mudanças nos recursos hídricos e temas como Água para Cidades, Lidando com a Escassez de Água e Água para Todos já foram escolhidos, alertando para diversos problemas, como falta de saneamento, dificuldade de acesso e a importância da manutenção de ecossistemas.
O que ambas as datas têm em comum é que chamam o planeta a refletir sobre recursos imprescindíveis à vida sem muita eficiência no resultado prático, principalmente em países pobres e em desenvolvimento. No Brasil, 16% dos brasileiros, ou quase 35 milhões de pessoas, não têm água tratada e 47% não têm acesso à rede de esgoto, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), A mesma coisa acontece com o desmatamento. O Brasil ainda tem demonstrado eficiência na manutenção de suas florestas, mas o desmatamento ilegal ainda é um grande desafio.
Como resolver de fato esta situação? Sem hipocrisia. Em um mundo capitalista tudo aquilo que não tiver valor econômico não terá espaço se confrontado com a miséria.Chegou a vez da bioeconomia. Alternativas sustentáveis de renda, financiadas por títulos verdes e com pagamento por serviços ambientais.
* Samanta Pineda é advogada e sócia do escritório Pineda & Krahn Advogados, coautora do Código Florestal, especialista em Direito Socioambiental, habilitada como coordenadora de gestão ambiental, professora convidada de Direito Ambiental no MBA da fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo e de Brasília e também no INSPER/SP.