Comércio global de répteis é um viveiro de doenças
Comércio global de répteis é um viveiro de doenças
Proteção Animal Mundial faz estudo sobre o comércio de cobras pítons bola.
A Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que atua em prol do bem-estar dos animais, lança um estudo sobre o comércio internacional de cobras pítons bola, o animal vivo mais negociado – legalmente – da África. O comércio desse tipo de réptil representa cerca de 20% do comércio global de animais exóticos. Contudo, as péssimas condições de confinamento tornam este tipo de comércio uma bomba-relógio para doenças infecciosas e mortais.
A pesquisa avaliou mais de 5 mil cobras e descobriram que as condições fornecidas por criadores na América do Norte e na Europa não atendem padrões mínimos de cuidados, uma vez que colocam as cobras em pequenos recipientes plásticos e em caixas de vidro, quando são expostos para a venda.
“Esse tipo de comércio traz um enorme sofrimento para os animais, uma vez que vivem confinados em gaiolas apertadas, sem conseguirem expressar seus comportamentos naturais e longe do seu habitat. Esse tipo de confinamento também traz enormes riscos para a saúde humana, pois, essa condição transforma o ambiente em um viveiro de doenças, podendo criar pandemias como a do atual COVID-19”, afirma o gerente de Vida Silvestre na Proteção Animal Mundial, Roberto Vieto.
Segundo o estudo, em pouco mais de 45 anos, mais de 3 milhões de pítons bola foram exportados da África Ocidental para a Europa, Ásia e Estados Unidos – que é o maior importador da espécie. 99% de todas as importações globais de cobras pítons são originárias de apenas três países da região: Togo, Benin e Gana. O Brasil é o terceiro país com maior número de espécies de répteis no mundo (8%).
Os estudos mostram que, em todo o mundo, dezenas de milhões de animais exóticos vivem em residências comuns. Somente nos Estados Unidos, são quase nove milhões de animais exóticos tratados como bichos de estimação, do quais 51% são répteis – especialmente cobras pítons bola. No Brasil, os répteis representam 21% do total de animais de estimação nos lares das famílias.
Fonte: World Animal Protection