A greve de 1917 e a busca de direitos sociais
A greve de 1917 e a busca de direitos sociais
Percebe-se uma constante explosão de movimentos grevistas de vários tipos, como de profissionais do magistério, da polícia, dos enfermeiros e médicos, enfim, são múltiplos os grupos que reivindicam direitos sociais (atrelados principalmente ao aumento de salário e uma melhor condição de infraestrutura dos postos de trabalho) e também até funcionários de instituições privadas estão ganhando terreno nas greves.
A nossa discussão será limitada em um grupo especifico e também temporalmente: os operários que saíram às ruas em 1917, em São Paulo, principalmente, para lutar e levantar bandeiras em prol de benesses. Os operários brasileiros utilizaram várias maneiras de luta: como o quebra-quebra, participação em organizações proletárias, e também fazendo greve.
No alvorecer do século XX, a Greve Geral de 1917 é a mais enfática na busca dos direitos trabalhistas e que uniu várias pessoas e estados brasileiros. Nas ruas, os operários gritaram contra as amarguras diárias sofridas nos locais de trabalho e, logo, criticaram a sociedade fabril.
O patrão começa a ver a força das organizações operárias; e mais que isso, ele vê a força dos seus próprios empregados. A Greve de 1917 é um exemplo da força dos operários brasileiros, pois saíram às ruas e reivindicaram algumas benesses. Ela torna-se geral porque engloba, além de inúmeras pessoas, como negros, brancos, crianças e até mulheres, e também vários estados da federação aderem a essa manifestação.
Segundo Batalha, os grevistas queriam aumento salarial, redução da jornada de trabalho, direito de associação, diminuição dos alugueis e libertação dos manifestantes presos pela polícia. Além disso, Margareth Rago afirma que também houve uma preocupação para o fim do trabalho noturno das mulheres e de menores de catorze anos.
Percebe-se, então, que havia várias preocupações e que a Greve de 1917 poderia sanar. Uma revista que registrou a Greve de 1917 foi A Cigarra (quinta-feira, 26 de julho de 1917) que tem inúmeras reportagens e fotos que ajudam a entender o cotidiano dos grevistas. Ela mostra as pessoas, inclusive mulheres e crianças, fazendo passeatas nas ruas, com bandeiras levantadas; a polícia contendo a massa de grevistas com, muitas vezes, o uso da força física; os bondes que pararam de circular; e até o enterro do operário espanhol Francisco Martinez, que seguiu pela Rua Quinze de Novembro, a caminho do cemitério.
A greve de 1917 é apenas um exemplo de tantas outras que ocorreram na trajetória do país. Então, se vemos melhorias salariais ou mesmo da condição de infraestrutura no trabalho, deve-se agradecer aos nossos antepassados, que nos delegaram a capacidade de se juntar e ir para as ruas fazer greve.
Wagner Emmanoel, Graduado em História (UFS), Especialização em andamento em Ensino de História: Novas Abordagens (FSLF), e recente aprovado no Mestrado em História (UFS).