A luta feminina também é contra o câncer de colo de útero
A luta feminina também é contra o câncer de colo de útero
As mulheres devem ter em mente é que a prevenção precisa ser tratada com prioridade.
O 8 de Março é a data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. A homenagem foi instituída em 1975 pela ONU como uma forma de lembrar do sofrimento e resgatar os ideais da luta feminina, inspirada principalmente em eventos políticos e econômicos ocorridos no início do século passado. Mas a reverência às mulheres ganhou nova dimensão, e hoje representa um grito de socorro pelo respeito, pela igualdade de gênero, por melhores condições de vida e – por que não? – pela busca consciente da saúde preventiva.
São batalhas que elas enfrentam todos os dias, e uma delas é contra o câncer de colo de útero. Tal qual as agressões e a misoginia que ainda permeiam a sociedade, o câncer também age silenciosamente, deixando marcas que comprometem sonhos e a confiança de que todas podem desfrutar de uma vida saudável. A exemplo da violência doméstica, que insiste em tirar cerca de 1,4 mil vidas por ano no Brasil, o câncer uterino também deixa seu rastro de morte. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020 ele foi o responsável por 6.627 óbitos de mulheres em todo o país.
A equiparação salarial entre homens e mulheres – bem como as oportunidades de emprego – ainda são uma realidade distante para as brasileiras. Nisso também há semelhanças quando se observa a luta contra o tumor no útero. O próprio Ministério da Saúde projeta que, entre 2023 e 2025, 17 mil novos casos serão diagnosticados na comunidade feminina. O principal causador do câncer é o papilomavírus humano (HPV), que, evidentemente, não se esconde no anonimato como os covardes que engrossam a lista do preconceito contra a mulher.
Se há um lado bom nisso é que a ciência sabe muito bem contra quem está lutando. Mas esse não é o único aspecto positivo. As alterações celulares que provocam o câncer na parte inferior do útero são facilmente identificáveis pelo exame preventivo e combatidos com a vacina HPV. Embora nem sempre haja sintomas, há casos em que ocorrem sangramentos irregulares ou dores uterinas. Um sinal relevante para quem resiste em buscar ajuda médica.
Além da vacina, é possível combater o tumor através de cirurgia ou, em casos mais avançados, com radioterapia e quimioterapia. Mas o que as mulheres devem ter em mente é que a prevenção precisa ser tratada com prioridade. A ausência de sintomas em muitos casos distancia o diagnóstico precoce, e isso torna o tratamento mais difícil e ineficaz. Não por acaso, o Março Lilás veio como mais uma referência na luta em favor da saúde feminina. Até porque mulheres fortes é que são capazes de conquistar para além daquilo que já conseguiram até aqui. A jornada por novas mudanças sociais ainda é longa, e elas só virão paralelamente à consciência de que a saúde também é uma bandeira que merece ser erguida.
* Celso di Lascio é médico da You Saúde.
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Fonte: Naves Coelho Comunicação